A recessão brasileira talvez tenha acelerado no país consequências do avanço da tecnologia que especialistas preveem como inevitáveis, como aumento da informalidade e do emprego autônomo.
Com o aumento da robotização, a expectativa é que muitas ocupações desapareçam e novas funções surjam. Ninguém sabe qual será o saldo disso. Mas evidências de países desenvolvidos indicam a emergência de uma polarização sem precedentes.
A tecnologia tem levado ao desaparecimento de tarefas rotineiras e repetitivas, como as administrativas. É o que alguns especialistas chamam de “esvaziamento do meio”.
Segundo esses estudiosos, vão sobrar –e surgir– empregos concentrados em dois extremos opostos. De um lado, estarão os postos muito especializados, de alto “teor” tecnológico, e, de outro, vagas de baixa qualificação.
No segundo grupo, ficarão profissionais que antes ocupavam o estrato intermediários e foram deslocados (inclusive para a informalidade).
Existe ainda a possibilidade do surgimento de um novo meio, povoado por profissionais deslocados de vagas tradicionais, que passam a realizar novas atividades qualificadas, porém de forma autônoma. Nesse caso, a tecnologia que elimina postos de um lado ajuda a criá-los de outro, ao facilitar, por exemplo, o trabalho remoto.
Olhando os dados gerais da Pnad contínua no ano passado, podemos até ficar com a impressão de que essas mudanças dessa natureza estão em curso no Brasil. Os números revelam, afinal, um encolhimento do emprego formal com expansão da informalidade e do trabalho chamado por conta própria. Leia Mais