Bancos com mais mulheres na diretoria são mais rentáveis

Bancos com mais mulheres na diretoria são mais rentáveis

Estudos já confirmaram que a diversidade no ambiente de trabalho traz resultados financeiros positivos para as empresas. Se você ainda não acredita nisso, uma nova pesquisa publicada pelo Banco da Inglaterra sugere que quando há mais mulheres na diretoria, os bancos são mais rentáveis. No estudo, as economistas Ann Owen e Judit Temesvary demonstram que há uma relação entre igualdade de gênero e resultado financeiro. No entanto, isso só acontece se a instituição já tem políticas de igualdade – ou seja, pouco adiantaria se um banco até então dominado por homens colocasse mulheres na diretoria sem fazer nenhuma alteração na cultura da empresa.

“Em bancos bem gerenciados, a diversidade de gênero tem um impacto positivo no desempenho – mas apenas depois de alcançado determinado nível de igualdade”, dizem as pesquisadoras. De acordo com o estudo, a porcentagem de mulheres nos bancos norte-americanos vai caindo conforme se sobe na escada corporativa: elas representam 56,7% de todos os funcionários, 48% dos cargos de média gerência e 30,8% entre os executivos de nível sênior ou gerentes.

Mas, afinal, como a divisão entre homens e mulheres nas diretorias pode afetar o balanço de um banco? Há duas explicações. A primeira é que as mulheres têm mais chances de contribuir com experiência em determinadas áreas – ou seja, quando há mais mulheres na diretoria, é mais provável que o grupo tenha certas características, como experiência em recursos humanos ou em governança pública. Então, com um leque mais diverso de experiências, a tomada de decisão pode ser mais correta. Além disso, há uma relação entre participação feminina mais alta e menor probabilidade de reguladores tomarem ações contra  o banco – o que sugere que a maior diversidade aumenta o controle e gerência nas  instituições financeiras.

A segunda explicação é que a diversidade em si tem um impacto. Estudos anteriores mostraram que a diversidade está associada à maior criatividade e produtividade dentro das empresas. Isso só ocorre, contudo, se a cultura da empresa é preparada para a diversidade e se a participação de mulheres dentro da companhia é alta – as mulheres tendem a se expressar com mais frequência quando a participação feminina no grupo aumenta.

Para evitar atribuir à diversidade de gênero um efeito causado por algo relacionado à diversidade de outras características, as pesquisadoras incluíram diversas variáveis em suas estimativas, como idade, participação no conselho ou patrimônio. Uma das possibilidades é que os resultados financeiros ruins estejam relacionados à falta de diversidade – ou bancos de melhor gestão têm em comum a busca por maior diversidade. Para fazer o estudo, as autoras utilizaram dados de 87 bancos dos Estados Unidos entre 1999 e 2015.

“Nossos resultados mostram evidências de ambas hipóteses”, escrevem as economistas. “A maior equidade de gênero tem impacto positivo em várias medidas de desempenho uma vez que certo limiar de diversidade tenha sido alcançado”, dizem. “Por outro lado, a falta de diversidade tem um impacto negativo nessas mesmas medidas de desempenho.”