Inteligência artificial estimula criação de novos negócios e acelera indústria 4.0

Inteligência artificial estimula criação de novos negócios e acelera indústria 4.0

A inteligência artificial (IA) aflige a maioria dos profissionais e empreendedores, principalmente quando estão em jogo o futuro da economia e a subsistência humana no mercado de trabalho. Os impactos da tecnologia, no entanto, já podem ser vistos — e não são de todo ruins, na avaliação de Dora Kaufman, pesquisadora de impactos sociais da IA e pós-doutoranda na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

“Não sabemos ao certo o futuro da inteligência artificial, mas hoje é certo que realiza previsões mais assertivas. Exemplos atuais são a Netflix, que sugere filmes e séries de acordo com nosso gosto, e as análises de crédito feitas por robôs que agilizam procesos financeiros”, explica a economista.

As consequências sociais da transformação digital foram discutidas nesta quarta-feira (28) por Dora na palestra “O Protagonismo dos Algoritmos de Inteligência Artificial: reflexões sobre a sociedade de dados”, no “Simpósio de Inteligência Artificial e Consciência”. O evento gratuito será realizado até esta quinta-feira (29) no Sesc 24 de Maio, em São Paulo.

Desde 2010, a IA cresceu a uma taxa anual de aproximadamente 60% “contribuindo para que as cinco maiores empresas do mundo se concentrassem em Apple, Google, Microsoft, Amazon e Facebook”, destaca Dora.

Segundo a economista, a inteligência artificial também vai impactar de forma negativa a sociedade — como a redução de empregos, por exemplo —, mas não há dados e base científica que comprovem a dimensão desse problema. “A mudança vai estimular a criação de novos negócios e a absorção de conhecimento pela sociedade. Mas não devemos achar que a tecnologia é perfeita e objetiva”, adverte ela.

Indústria 4.0

Parceiro de Dora na PUC-SP, o engenheiro Marcelo Graglia afirma que a inteligência artificial foi fundamental para o advento da quarta revolução industrial, mas não foi a única tecnologia responsável por esta nova fase da indústria. “Houve também a digitalização, o sensoriamento, a impressão 3D e a mecanização”, cita ele.

Segundo estudos do professor, que leciona no departamento de administração da PUC-SP, a tecnologia não provocou apenas a substituição de profissionais por robôs nas indústrias, mas também mudanças na forma de pensar o formato de trabalho em linhas de produção.

“Enquanto o modelo norte-americano prioriza estar na dianteira em tecnologia, o formato alemão avalia que o limitador da inovação é a homogeneidade dos profissionais — que são de uma única raça, cor e classe social. Para essas empresas, é necessário promover a inclusão”, explica o pesquisador.

Para estimular o debate acerca da quarta revolução industrial, Graglia promove neste sábado (1/11), às 15h, o encontro gratuito “A Revolução Tecnológica e a Indústria 4.0”, no Campus de Faculdade de Ciências, Exatas e Tecnologia da PUC-SP, em São Paulo.