Marcos Pontes: do espaço para Brasília, o astronauta que virou ministro

Marcos Pontes: do espaço para Brasília o astronauta que virou ministro

Nascido em Bauru (SP), Marcos Cesar Pontes de 55 anos, foi o primeiro sul-americano e lusófono a ir ao espaço, na missão batizada como “Missão Centenário”, em referência à comemoração dos cem anos do voo de Santos Dumont no avião 14 Bis, realizado em 1906

O futuro ministro e primeiro brasileiro a viajar para o espaço, foi confirmado nesta quarta-feira (31/10) para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. No entanto, a trajetória do militar na política começou há mais tempo. O astronauta se candidatou para deputado federal por São Paulo em 2014, pelo PSB, mas não foi eleito. Já no PSL, ele se candidatou a segundo suplente de senador na chapa de Major Olímpio.

No currículo ele registra que suas funções militares se encerraram em 1998, quando ele regressou da missão espacial foi selecionado por concurso público da Agência Espacial Brasileira para representar o Brasil na Nasa na função de astronauta, uma carreira civil. Pontes foi definitivamente transferido para reserva apenas em 2006, ao regressar da missão espacial.

Ministro Astronauta

A afinidade de Pontes com o PSL vem de sua carreira como militar. O astronauta, natural da cidade de Bauru, no interior de São Paulo, ingressou na Academia da Força Aérea em 1981, classificado como segundo colocado no país. Em 1989, foi transferido para São José dos Campos, onde cursou engenharia aeronáutica no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), uma das instituições mais conceituadas do Brasil.

Cinco anos depois, Pontes estudou ensaios em voo da Divisão de Ensaios do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e atuou como piloto de prova de aviões, chefe da Subdivisão de Sistemas Bélicos e da Subdivisão de Segurança de Voo. Antes de ser enviado ao espaço, o engenheiro realizou um mestrado no ITA e foi selecionado, em 1996, pelo Alto Comando da Aeronáutica para realizar outra especialização—desta vez na Califórnia (EUA).

Seleção para astronauta

Marcos Pontes ingressou na carreira de astronauta em 1998, após prestar concurso público para a Agência Espacial Brasileira e iniciar treinamento no Johnson Space Center, em Houston (EUA). Em 2000, ele finalmente se tornou astronauta da Nasa, agência espacial norte-americana.

Para viajar ao espaço, Pontes teve de aprender russo e passou por um treinamento de apenas cinco meses—a duração regular do treinamento é de dois anos. Em paralelo, foi transferido para o Centro de Treinamento de Cosmonautas, em Moscou (Rússia).

Em 30 de março de 2006, Marcos Pontes, acompanhado do russo Pavel Vinogradov e do norte-americano Jeffrey Williams, partiu da base de Baikonur, no Cazaquistão, a bordo da nave russa Soyuz TMA-8 (assista ao lançamento no vídeo abaixo). Por oito dias, Pontes realizou uma série de experimentos para a Agência Espacial Brasileira (AEB). Todos os brasileiros puderam acompanhar a missão pela televisão.

Após a emblemática viagem, o astronauta passou a se dedicar a palestras, consultorias e tornou-se empresário, dono de agência de turismo que leva seu nome e sobrenome.

Por sua contribuição à tecnologia e educação, ele se tornou embaixador da ONU (Organização das Nações Unidas) para o Desenvolvimento Industrial e diretor técnico do Instituto Nacional para o Desenvolvimento Espacial e Aeronáutico.

Além de Pontes, Bolsonaro já havia anunciado o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) para a Casa Civil; Paulo Guedes, para o futuro Ministério da Economia; e o general Augusto Heleno, para o Ministério da Defesa.