Alibaba entra no mercado de chips para computadores

Alibaba entra no mercado de chips para computadores

A gigante chinesa de e-commerce Alibaba irá investir no mercado de microprocessadores e planeja lançar em 2019 seu primeiro chip para inteligência artificial.

O anúncio foi feito durante um evento na cidade de Hangzhou, na China, onde fica a sede da companhia.

A nova divisão deve desenvolver chips para computação em nuvem, internet das coisas (que conecta dispositivos físicos, como eletrodomésticos e automatizadores de residência) e inteligência artificial — tecnologias que irão permitir o melhor funcionamento de cidades conectadas, carros autônomos e logística, por exemplo.

De acordo com Jeff Zhang, diretor de tecnologia da Alibaba, a vantagem em desenvolvimento de algoritmos e análise de dados coloca a empresa em “uma posição única para liderar inovações tecnológicas em áreas disruptivas, como computação quântica e desenvolvimento de chips”.

O movimento da empresa para desenvolver seus próprios semicondutores acontece em linha com medidas do governo chinês, que procura elevar a qualidade da tecnologia desenvolvida no país. A ideia é cortar a dependência chinesa de indústrias estrangeiras.

Disputa EUA x China

Para o presidente da Alibaba, Jack Ma, é importante que haja investimentos nesse sentido. Em abril, ele afirmou em uma palestra que a indústria de chips é “dominada pelos Estados Unidos e por isso é necessário desenvolver tecnologias de base”.

Na última terça-feira (18/09), ele disse que a disputa comercial, com imposição de tarifas de ambos os lados, é um conflito que pode durar até 20 anos — o que poderia impactar severamente a economia chinesa.

A fabricação de chips e processadores é um segmento considerado estratégico pelo governo americano. Em abril deste ano, o Departamento de Comércio dos EUA proibiu empresas do país de vender chips à fabricante chinesa de smartphones ZTE, uma determinação que só foi retirada em julho último.

No início deste ano, o presidente dos EUA, Donald Trump, emitiu uma ordem proibindo a companhia de processadores Broadcom, baseada em Cingapura, de comprar a concorrente americana Qualcomm, um negócio avaliado em US$ 117 bilhões.