Suportar o aumento dos custos assistenciais em saúde é um desafio do mundo inteiro. Em 2030, segundo o IEES (Instituto de Estudos da Saúde Suplementar), eles terão crescido 272% na comparação com 2014. No Canadá, um estudo do TD Bank em conjunto com o governo provincial de Ontário de 2010 projetou que, se mantida a diferença entre crescimento de custos assistenciais e arrecadação, em 2030 a saúde comprometerá 80% do orçamento total daquela província.
De acordo com André Martins Neto, professor da FGV/Isae e painelista do EncontrosFolha, a curva ascendente de custos da saúde tem como causas principais o envelhecimento da população, mudanças de estilo de vida nas últimas décadas, incorporação de novas tecnologias que habitualmente são complementares e não substitutivas e maior pressão popular por assistência financiada pelo Estado.
Ele afirma que o desafio comum é “dobrar” essa curva. E, para isso, acredita ser necessário, entre outras medidas, investir maciçamente em TI (Tecnologia da Informação) para coletar e compilar dados de modo a construir indicadores que indiquem como devem ser alocados os recursos. Gerar competição por desempenho entre os provedores de serviços de saúde é outra sugestão. “Atualmente, os usuários têm acesso aos serviços listados pelas operadoras, que por sua vez listam hospitais e clínicas baseados em preços. Melhor seria se o critério fosse desempenho, no qual os usuários escolhem livremente, baseados em indicadores como taxa de complicações, infecção hospitalar e tempo de internamento divulgados compulsoriamente”, afirma. Leia Mais