Startups brasileiras buscam o mundo no Web Summit

Startups brasileiras buscam o mundo no Web Summit

Expansão para novos mercados. Esse é um dos grandes objetivos das startups brasileiras que estão presentes no Web Summit, em Lisboa, neste ano. Entre as startups selecionadas pela Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), essas quatro brasileiras já têm grandes clientes no Brasil e expuseram suas soluções em busca de novos clientes, parceiros comerciais e possíveis investidores que as possam ajudar a entrar no mercado europeu.

Joco – Outracoisa.com

Após atender clientes como Coca-Cola, Sulamérica e Estácio no Brasil, a startup busca se internacionalizar. Esse é o principal objetivo com a participação no Web Summit, diz Marcelo Gluz, cofundador da empresa. Com faturamento de R$ 2,5 milhões nos últimos 12 meses, a startup enfrentava uma escolha: ou buscava empresas menores para crescer, ou se dirigia a outros países.

A empresa cria conteúdo interativo para educação. “Nossa ideia é que o usuário possa gastar 5 minutos e expandir seu conhecimento de forma divertida. Em vez de jogar Candy Crush na espera do dentista, que ele aprenda alguma coisa com nossas plataformas”, diz Gluz. A empresa que contrata a Joco faz um briefing com o conteúdo que quer divulgar e a startup cria um bot, que apresenta a matéria como se fosse uma conversa com o usuário. Para isso, a Joco conta, em sua equipe, com designers de conversa. É possível interagir com o bot, inclusive, por meio do Facebook Messenger e pelo assistente de voz do Google.

Além do conteúdo, a startup também entrega a análise dos dados coletados no treinamento. “Eu consigo, por exemplo, falar para o departamento de recursos humanos de uma empresa que a média gerência naquela unidade da empresa precisa de mais conhecimentos sobre determinado assunto”, afirma Gluz.

Sizebay

Quem nunca deixou de comprar uma roupa pela internet por medo de a peça não servir? Se isso é ruim para o cliente, é pior ainda para as empresas. Ao criar um algoritmo, a Sizebay tenta acabar com esse problema. A solução é vendida para e-commerces, e o programa fica disponível no próprio site do varejista. Quando escolhe uma peça, o cliente pode inserir dados de altura, peso e idade. Depois, aparece uma tela em que é possível fazer alguns ajustes: dizer, por exemplo, que a pessoa tem quadril mais largo e menos cintura. O programa então informa, considerando a modelagem daquela loja, o tamanho adequado.

Quem fez o primeiro algoritmo foi Patrícia Arajo, cofundadora e chefe de operações da empresa. Ela passou dois anos aperfeiçoando e testando a plataforma, e comercializa a solução há dois anos. Hoje, a Sizebay conta com uma equipe de dez pessoas. No Brasil, já tem clientes como Riachuelo, Nike, Levi’s, Valisere e Track & Field. A tentativa agora é expandir para Europa e Estados Unidos – os maiores mercados de ecommerce de roupas.

Asel-Tech

O serviço que a Asel-Tech vende é fruto de anos de pesquisa. Seus fundadores estão, desde 2000, trabalhando para conseguir a patente da solução (o que conseguiram em 2014, nos Estados Unidos). Por meio de sensores, essa startup de São Carlos consegue monitorar dutos de água ou petróleo e identificar vazamentos. Quando isso acontece, o sistema pode, automaticamente, interromper o fluxo até a solução do problema.

“Em poucos segundos, o sistema capta a informação, interpreta, localiza o vazamento e age”, diz André Palma, CEO da empresa. Atualmente, a Asel-Tech já opera no México, Peru, Equador e Estados Unidos, além do Brasil. Em Portugal, Palma busca encontrar empresas interessadas na solução que ele oferece. “Veio até gente do Paquistão aqui”, conta. Além disso, busca investidores e desenvolvedores.

Checklist fácil

Mais uma startup brasileira focada no mercado B2B. Ao trabalhar com o desenvolvimento de sites, Maurício Fragoso percebeu que, apesar da onda de digitalização, muitas empresas ainda usavam muito papel em checklists para processos como auditorias ou inspeções. Foi então que ele e seus dois sócios decidiram investir em criar uma plataforma amigável para listas de tarefas. A ideia é facilitar a visualização de processos com o objetivo de reduzir erros. A solução, diz ele, é útil para empresas que trabalham com padronização de serviços e processos, auditoria, gestão de perdas, segurança alimentar e processos de qualidade.

Além disso, a plataforma fornece dados em tempo real e relatórios sobre o desempenho das tarefas. Entre os mais de 400 clientes estão empresas como Toyota, Walmart, Renault, Unilever, Ipiranga, Pizza Hut, C&A, Ambev, Polishop, Habib’s e Natura.