A Netflix anunciou que deverá testar uma versão mais barata de seu serviço, em uma tentativa de aumentar as vendas em alguns mercados. O CEO da empresa, Reed Hastings, contudo, não se comprometeu a reduzir o preço em todos os mercados, e não disse quando os testes serão feitos.
Uma redução de preço será novidade para a Netflix, que conseguia manter ou aumentar o valor de suas assinaturas nos principais mercados enquanto aumentava os investimentos em produções locais. Atualmente, a empresa oferece três pacotes diferentes de assinatura, com preços diferentes. A ideia não é abaixar o preço do pacote mais barato, mas criar uma nova versão, ou um quarto pacote, reporta a Bloomberg.
A Netflix começou a ganhar força nos Estados Unidos ao oferecer séries, televisão e filmes a uma fração do preço de uma assinatura de TV a cabo, encorajando milhões de pessoas a cancelar os serviços tradicionais. Agora, a maior plataforma de streaming do mundo tenta crescer em países onde a renda per capita é significativamente menor.
Os preços variam a depender da localidade. Nos EUA, a assinatura mais barata é de US$ 7,99 (R$ 30). Na Ásia, porém, a Netflix tem concorrentes, como a Viu, oferecem um pacote de graça e um pago, em torno de US$ 2 a US$ 5 por mês (R$ 7,50 a R$ 18,80)
“Se deixarmos os preços onde estão, nos tornaremos um serviço muito premium”, diz Todd Yellin, vice-presidente de produto da Netflix. O maior serviço de streaming do mundo, com mais de 130 milhões de assinantes, está buscando na Ásia novos consumidores, depois de estrear na região há três anos.
A empresa anunciou recentemente que irá produzir 17 novas séries em cinco países asiáticos, e está desenvolvendo mais de 100 filmes e projetos de televisão na Índia, Coreia do Sul, Japão, Tailândia e Taiwan. Com base em Cingapura, a Netflix também pretende contratar em Seul, Tóquio e Mumbai.
Contudo, o crescimento na Ásia ainda é lento. A empresa ainda não conseguiu alcançar 2 milhões de assinantes em cada país, de acordo com a consultoria Media Partners Asia. Segundo Hastings, a Netflix poderia chegar aos 100 milhões de consumidores somente na Índia.
“[A Netflix] não vai conseguir alcançar os 100 milhões de assinantes na Índia com a estratégia de preço atual”, afirma Vivek Couto, diretor executivo da Media Partners Asia. No país, a Netflix tem assinaturas por 500, 650 ou 800 rúpias (R$ 25, R$ 33,50 e R$ 41).
O concorrente, Hotstar Premium, tem pacotes a partir de 199 rúpias por mês (R$ 10). Hastings, contudo, diz que não está preocupado com os concorrentes e que a empresa não busca tanta capilaridade quanto o YouTube. Na Índia, por exemplo, o alvo são as 100 milhões de pessoas que falam algum nível de inglês e ganham dinheiro suficiente para pagar por um serviço como o Netflix.
Mas apesar de admitir testes com preços mais baixos, a Netflix se interessa também em aumentar os preços em outros mercados. Isso porque a empresa têm investido muito de seu fluxo de caixa na produção de séries de TV e filmes, além de ter conseguido aumentar o preço nos últimos anos sem perder clientes.