“Ou mudamos ou morremos” declarou o presidente da Microsoft Brasil

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“Nós éramos uma empresa que não falava com nenhuma outra plataforma até quatro anos atrás. Hoje isso é impossível, e nós aprendemos da maneira mais difícil”, diz Paula Bellizia, presidente da Microsoft Brasil, sobre a colaboração entre empresas de tecnologia. A executiva integrou um dos paineis do evento Lide Next, na última quarta-feira (03/10), em São Paulo, com o objetivo de abordar os avanços da inteligência artificial (IA).

Bellizia usou o exemplo da própria Microsoft para discutir as mudanças proporcionadas por tecnologias como essa no âmbito das empresas. A tendência, segundo ela, é o mundo ser cada vez mais aberto ao compartilhamento de dados e à formação de parcerias em nome de um desenvolvimento em grande escala. “A missão que estamos aprendendo no mundo de tecnologia é que você precisa abrir mão de posições fixas, se quiser continuar evoluindo. Ou você muda, ou você morre”, diz.

Também integrou a discussão Rico Malvar, cientista-chefe dos laboratórios de pesquisa da Microsoft. Segundo ele, a discussão sobre a inteligência artificial deve ir além de seu aspecto tecnológico, abordando seu papel para o desenvolvimento da sociedade. “[A IA] é importante por sua capacidade de trazer uma nova vida a nível individual, de empresa, de governo e de novos serviços para os cidadãos”, diz. Ele completa que o que temos hoje nessa área ainda é a “ponta do iceberg” e que o maior potencial virá quando a inteligência artificial for combinada à inteligência humana.

O engenheiro e cientista destaca que a discussão central sobre o impacto da IA nos empregos não deve estar em como ela vai substituí-los. Está, na verdade, em como ela vai transformá-los. “A inteligência artificial não é apenas um tópico a ser estudado. É um tópico que tem que influenciar todos os outros, da biologia à sociologia”, diz, destacando-a como uma forma de empoderar, capacitar e incluir cada vez mais as pessoas. Ele admite, porém, que alguns empregos devem ser, sim, suprimidos no meio desse caminho.

Nesse sentido, Paula Bellizia destaca a importância de que as empresas qualifiquem seus funcionários e os colaboradores que estiverem buscando. O empreendedorismo, segundo ela, também terá um papel importante. “Não acho que as empresas vão ser capazes de gerar todos os empregos necessários para a força de trabalho”, diz ela. “Quando eu penso no Brasil, eu penso em uma jornada que leve ao empreendedorismo”.

A executiva também aponta que a questão não é discutir o que os computadores podem fazer. “A questão é discutir o que nós, como humanidade, gostaríamos que eles fizessem por nós”, diz. Esse diálogo, segundo ela, não deve ocorrer de forma individual dentro das empresas. Seria preciso atingir um nível global – inclusive em termos de regulamentação. “O Brasil, sozinho, não vai conseguir ter suas próprias leis ou regulamentações. Estamos envolvidos em um contexto global”, explica ela. “A tecnologia sempre vai estar dois ou três passos à frente e a regulamentação sempre terá de correr atrás”.

 

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