O Facebook removeu nesta segunda-feira, 22, um grupo de 68 páginas e 43 contas da rede social que, juntas, formavam a maior rede pró-Jair Bolsonaro da internet. Segundo a empresa, os donos dessas páginas violaram as políticas de autenticidade e spam ao criar perfis falsos e múltiplas contas com os mesmos nomes para administrar essa rede. O conteúdo compartilhado não teve influência sobre a decisão.
Controladas por um grupo chamado Raposo Fernandes Associados (RFA), as páginas tinham, juntas, mais engajamento na internet do que jogadores e artistas mundialmente famosos, como Neymar, Anitta e Madonna.
O caso veio à tona após o jornal O Estado de S. Paulo publicar uma investigação sobre a RFA em parceria com a ONG americana Avaaz. A reportagem mostra como um casal – o advogado formado pela USP Ernani Fernandes e sua mulher, Thais Raposo – montou um “império” de páginas e sites com apoio de conhecidas figuras conservadoras no país, como Alexandre Frota e Marcello Reis, do Revoltados Online. O Facebook investigava a rede há meses, em sigilo.
No dia 12 deste mês, o jornal revelou que somente nos últimos 30 dias, os endereços dessa rede pró-Bolsonaro alcançaram 12,6 milhões de interações no Facebook – ou seja, o total de reações a postagens, comentários e compartilhamentos. Mais de 16 milhões de pessoas seguem essas páginas. Nos mesmos 30 dias, o jogador Neymar acumulou 1,1 milhão de interações, a cantora Anitta conseguiu 574.800 e Madonna, 442.500.
“Autenticidade é algo fundamental para o Facebook, porque acreditamos que as pessoas agem com mais responsabilidade quando usam suas identidades reais no mundo online. Por isso, exigimos que as pessoas usem seus nomes reais e também proibimos spam, uma tática geralmente usada por pessoas mal intencionadas para aumentar de maneira artificial a distribuição de conteúdo com o objetivo de conseguir ganhos financeiros”, diz a nota do Facebook.