O Vale do Silício é o berço de grande parte das empresas mais inovadoras do mundo. Gigantes como Apple, Facebook, Google e Netflix nasceram na baía de São Francisco. Há sinais, no entanto, de que a influência da região está chegando ao limite.
No ano passado, mais americanos deixaram o “vale da inovação” do que chegaram. Em uma pesquisa recente, 46% dos entrevistados disseram que planejam abandonar o local nos próximos anos, mais que os 34% em 2016, de acordo com reportagem da The Economist.
Os investidores também encontram mais opções para aporte. Em 2013, eles colocaram metade do dinheiro em startups fora do Vale do Silício. Este ano, a proporção aumentou para dois terços.
Entre os motivos da migração, estão o alto preço do aluguel e o aumento do custo de vida da região — considerado um dos mais elevados do mundo.
Para operarem na baía de São Francisco, as startups pagam pelo menos quatro vezes mais do que na maioria das outras cidades americanas. Soma-se a isso a necessidade de as empresas reduzirem custos para aumentarem suas margens de lucro.
Outras cidades também ganham relevância. A Kauffman Foundation, grupo sem fins lucrativos que monitora o empreendedorismo, classifica a área de Fort Lauderdale, em Miami (EUA), como a primeira em atividade de startups nos EUA, com base na densidade de startups e novos empreendedores.
Se grandes ideias podem surgir em qualquer lugar, novos polos de inovação têm de ser bem-vindos. O capital está se tornando mais disponível para as empresas que brilham em todos os lugares.
Além disso, os investidores em tecnologia vasculham cada vez mais o mundo, não apenas a Califórnia, em busca de ideias inovadoras. Não à toa, o número de rodadas de financiamento inicial nos EUA caiu 22% em 2017 em relação a 2012.