Em 1989 o cientista inglês Tim Berners-Lee inventou a WWW (World Wide Web), o sistema de arquivos, endereços e links que compõe a internet e que mudou a forma de o mundo se comunicar.
Mas ele não gostou do rumo que a internet tomou. Desde o escândalo do uso de dados pessoais do Facebook para manipulação da opinião pública, na eleição dos Estados Unidos, Berners-Lee licenciou-se de seu trabalho no MIT para criar uma nova forma.
Os resultados são a startup Inrupt. E a plataforma de rede Solid, desenvolvida pelo MIT. “Se tudo correr como planejado, Inrupt será para a Solid o que o Netscape foi para muitos iniciantes na rede: uma maneira fácil de entrar”, diz a revista Wired, que foi convidada a conhecer o projeto no escritório de Berners-Lee, na sobreloja de uma academia de boxe em Boston, nos Estados Unidos. “Assim como o Netscape, o cientista espera que a Inrupt seja apenas a primeira de muitas empresas a emergir da Solid”.
“Apesar de todo o bem que alcançamos, a rede evoluiu para um motor de desigualdade e divisão, capturada por forças poderosas que a usam para seus próprios interesses”, diz Berners-Lee, na página da Inrupt. “Sempre acreditei que a rede é para todo mundo. Por isso, eu e outros lutamos aguerridamente para protege-la”.
A tela da Inrupt reúne funções como as do Whatsapp, Google Drive, Spotify e Google Drive. Até aqui, nada muito novo. A diferença é que os dados pessoais mantém-se… pessoais. Sob o controle do indivíduo, não das redes sociais.
A partir desta semana, desenvolvedores poderão criar aplicativos para funcionar na Inrupt. Poderão ganhar dinheiro, mas sem ganhar a privacidade dos usuários.