Bem vindo ao Mundo 3.0

Falando especificamente de negócios, as coisa não funcionam mais como antes.

Soluções que vem desde o século passado, não solucionam mais nada. Operações que eram simples, agora tornaram-se sistemas complexos. Padrões de comportamento e relacionamento instituídos à décadas são desconstruídos em meses. As formas de relacionamentos com os stakeholders, transformam-se do dia para a noite. As propostas de valor estabelecidas lá atras, não tem mais valor.

É todo um novo mundo, uma quantidade enorme de oportunidades. Mas, para quem está olhando somente para si mesmo e para o seu “problema”… tudo parece uma ameaça.

Em 2011 foi previsto que até 2021, 40% das empresas listadas no Fortune 500, desapareceriam por dificuldade de se adaptar. E essa porcentagem, vem aumentando ano a ano.

É possível entender esse cenário de transformação e mudança no qual estamos inseridos hoje?

É possível acompanhar todas a mudanças?

SIM!

Possível, necessário e obrigatório, para quem não quer perecer.

Em 10 anos teremos não uma nova geração. Mas uma nova civilização.

Isso é ideia comum entre pensadores e filósofos que antevêem essa transformação.

Empresas disruptivas, vem mobilizando mentes e adicionado a receita, “pitadas” de inteligência artificial, biometria, veículos autônomos, computação em nuvem, big data analytics, internet de todas as coisas, engenharia genética, sistemas cognitivos , robótica. Imagine os níveis de disrupção que vão atingir?

Empresas e gestores continuam tentando controlar as partes, mas esquecem que é preciso entender o todo. E esse todo, hoje, cresce independente. Cada nova forma de comunicação, cada novo canal, ferramenta ou rede. Cada nova parte. Surge e transforma esse todo. Se vc estiver ligado em apenas algumas partes, vc perde a mudança.

O mundo mudou e continua mudando. Todo dia, toda hora. É irreversível.

As empresas e corporações nacionais, na sua maioria continuam pesadas, hierarquizas, auto-centradas. Focadas no lucro, na repetição das mesmas soluções de 10, 20, 30 anos atrás. Lentas na tomada de decisão e na adoção de novas tecnologias. Com uma cultura voltada as opiniões internas. Afastam-se cada vez mais da diversidade, da opinião e da visão dos seus stakeholders.

Disrupção, nesses ambientes, é palavrão. Inovação é argumento de “marketing”. Vivem em negação. Chamam urgências, de tendências.

Como poderão encarar os novos modelos de negócios? As novas necessidades dos consumidores? Como se tornar sustentáveis de verdade e entenderem que o foco mudou. Não é mais o lucro. O foco é o ser humano.

A maioria das empresas que hoje crescem em alta velocidade, já migraram seu modelo de negocio. Google, Amazon, Microsoft, Uber, Airbnb, eBay.

Hoje, criar um negócio onde vc vende e alguém compra, não é o suficiente. O seu cliente, também quer participar da criação do produto que ele vai comprar. Ele quer diferenciais, detalhes, que vc não havia pensado. Ele quer entrar na cadeia produtiva, ele quer gerar valor.

Conforme o mundo se torna cada vez mais interconectado, mais as pessoas querem participar da criação dos produtos e serviços que consomem. A possibilidade de formação de nichos e micro-nichos, faz com que os produtos anteriormente pensados como “de massa” passem a ser solicitados, com adaptação para cada micro-gosto ou necessidade.

Os modelos de plataformas de negócio começaram a surgir no boom da internet, no final do século XX.

Antes disso, o modelo de negócio mais comum era o chamado pipeline. Um modelo simples e linear, que cria valor numa ponta, para entregar ao consumidor na outra. Mão única.

Produtor >>> Intermediário >>> Consumidor

“Quanto mais eu produzo, mais barato o produto fica e maior o meu lucro.”

O modelo de plataforma não é simples. É complexo. Produtores, consumidores e a própria plataforma estabelecem regras para um conjunto de relações variáveis. A figura tradicional do intermediário desaparece, mas existem relações de intermediação. Consumidores e produtores interagem, trocando de papeis quando é interessante para cada um, sempre utilizando as ferramentas e meios oferecidos pela plataforma.

Em vez de vir em linha reta, o valor vai sendo construído ao longo do caminho pelas interferências de consumidores e produtores. Muitas vezes, desempenhando papeis trocados. Quanto mais interação, mais complexa a plataforma.

Por quê trocar um modelo simples por um complexo?

Simples! Porque o mundo É complexo!

Somos quase 8 bilhões de pessoas. Não dá pra tratar essa complexidade demográfica, de maneira simplificada. Não atende. Vai gerar somente dor e decepção.

Cada plataforma, tem uma operação diferente. Funciona de uma maneira. Por isso, reúne diferente tipos de usuário e gera diferentes tipos de valor, para diferentes tipos de nichos. Em algumas plataformas os usuários tem presença constante, em outras, sazonais.

A propagação do modelo plataforma de uma área da economia para outra, está revolucionando os negócios.

E mais uma vez, não se iluda! A mudança é irreversível.

Pq irreversível?…

Pq é o que atende a complexidade do nosso mundo.

A complexidade é bem vinda, pois ela nos atende melhor! Não queremos a mesma coisa que o outro quer. Queremos algo parecido, mas diferente! Queremos escolher.

No pipeline, tínhamos a figura do intermediário. Aquele faz a ligação entre o produtor e o consumidor. Essa “figura” é/era o responsável por determinar. Escolher. Filtrar. Quais produtos / serviços seriam oferecidos aos consumidores.

Vejamos um exemplo da atuação desse intermediário.

Mercado da música.

Os produtores e caça-talentos, eram os responsáveis por escolher os músicos e as musicas que seriam lançados, apoiados no conhecimento prévio sobre qual o tipo de musica determinado publico gostaria de ouvir, faria sucesso e venderia mais. Com isso, muitos músicos, bandas e músicas eram relegados a segundo plano e não obtinham chance pois considerava-se que não haveria publico para eles…

A chegada do Napster e posteriormente outras plataformas de musica que permitiam a qualquer um divulgar seu trabalho e atingir todo tipo e publico, demoliu esse formato. Afinal, se vc pode escolher o que quiser, pq vc vai escolher somente o que estão tentando “empurrar” pra vc!?

O mesmo aconteceu no mercado editorial, com a chegada de plataformas como a Amazon. No mercado de hotelaria com a Airbnb. No mercado de transporte pessoal, com o Uber.

O intermediário não acabou! Mas agora a intermediação é feita pelo próprio consumidor. passou a ser uma curadoria. Onde o valor de cada coisa é avaliado por todos e a media das notas é o valor que vai pro mercado. E pode mudar rápido. Caso a avaliação caia… outro produto se mostre melhor na mesma função… basta um atendimento ruim e…

Percebe que o foco mudou? Não pode focar o lucro mais! Tem de focar no ser humano! Na solução dos problema. Sanar as dores. Criar sorrisos. Proporcionar bons momentos. Agradar.

O lucro, o sucesso…. são consequências de um trabalho bem feito.

Assustou? Não se assuste. Vc não tem tempo pra isso.

Vc precisa aprender mais sobre isso tudo.

Precisa extrapolar suas idéias para estar preparado para o mundo 3.0.

Preparados ou não, já estamos vivendo nele.

 

*Artigo copiado do consultor Paulo Braga Prado