A semana de moda nacional vive uma era de extremos. Com início neste domingo, 21, a 46ª edição da São Paulo Fashion Week ocorre até a próxima sexta, 26, em dois novos endereços: o espaço Arca, na Vila Leopoldina, e o Farol Santander, no centro da cidade. De um lado, uma elite de estilistas consagrados, como Reinaldo Lourenço, Glória Coelho e Patrícia Viera, e as grandes marcas consolidadas com lojas por todo o Brasil, como Animale, Osklen e a estreante Bobstore.
Do outro, marcas muito jovens, como a Korshe 01 e a Mipinta, com menos de um ano de vida, vendendo online, apenas sob encomenda e sem planos de negócios formais.
Comandadas por novos empreendedores, elas ganham destaque no line-up compondo o projeto Estufa. “Tudo está mudando. A tecnologia da informação, os processos, a moda também precisa se reinventar”, afirma Paulo Borges, que completa 22 anos à frente da direção criativa da maior fashion week do país.
Essa inclusão de novas marcas na programação poderia ser lida como um apelo para atrair os jovens para os desfiles, mas a história é outra. O Estufa é o principal atrativo para grandes patrocinadores do evento — como um banco, por exemplo. A moda precisa se apoiar em outros assuntos e preservar sua chama viva. O espírito do tempo clama por pequenos negócios e o empreendedorismo está na moda — em meio a uma crise econômica e desemprego beirando os 12%, ele sugere uma luz no fim do túnel. Mais robusto, com mais desfiles, palestras e exposições, o Estufa levanta o assunto recebendo pessoas e ideias que representam o futuro.