Achar o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal é difícil – e, em muitos casos, a balança pesa mais para a primeira opção. Essa realidade, vivida por um número cada vez maior de trabalhadores, tem motivado iniciativas para reduzir a jornada de trabalho, como na Nova Zelândia, ou para conceder mais horas de descanso, como no Japão. Fazem isso pelo bem estar do funcionário e também da produtividade do país. Um estudo recente publicado pela City University of London dá suporte a essa decisão.
A conclusão da pesquisa, divulgada pelo Fórum Econômico Mundial, é simples: o trabalho duro nem sempre renderá recompensas. Foram analisados microdados de quase 52 mil funcionários, em 38 países europeus, entre 2010 e 2015. Os pesquisadores concluíram que o excesso de trabalho pode prejudicar não apenas as suas perspectivas de carreira, como também a sua saúde.
O resultado, que pode soar contraintuitivo para alguns, leva em consideração um fato lógico: seres humanos precisam de descanso físico e mental para poderem se recuperar entre as tarefas. A ausência desses períodos de descanso pode levar a um estado de estresse e fadiga, com sérias implicações para a produtividade.
Os pesquisadores levaram em consideração, na análise, tópicos como acesso a treinamento, incerteza de tarefas, reconhecimento, satisfação, trabalho em equipe e discrição dos funcionários, entre outros.
O estudo também deu destaque para a autonomia dos funcionários – definida como a capacidade de ter flexibilidade para escolher quando uma tarefa seria concluída – como uma característica positiva. Os funcionários com maior autonomia relataram, segundo a pesquisa, níveis mais baixos de estresse e maior satisfação no trabalho e bem-estar, além de demonstrar tendência maior de envolvimento e comprometimento.