O Google e o Facebook terão que aceitar a censura e as duras leis na China se quiserem acessar seus 751 milhões de usuários da Internet, disseram autoridades chinesas em uma conferência em Genebra nesta segunda-feira (18).
Ambas as gigantes de tecnologia estão bloqueadas na China, juntamente com o Twitter e a maioria dos principais veículos de notícias ocidentais.
"Essa é uma pergunta talvez nas mentes de muitas pessoas, por que o Google, por que o Facebook ainda não está funcionando e operando na China", disse Qi Xiaoxia, diretor-geral do Escritório de Cooperação Internacional da Administração do Ciberespaço da China (CAC).
No caso do Google, a empresa deixou a China por sua própria iniciativa em 2010.
"Se eles quiserem voltar, nós acolheremos", disse Qi ao Fórum de Governança da Internet na sede europeia da ONU.
"A condição é que eles tem que cumprir as leis e os regulamentos chineses. E também que eles não prejudiquem a segurança nacional chinesa e os interesses dos consumidores nacionais", disse Qi Xiaoxia.
O Partido Comunista da China reforçou a regulamentação cibernética no ano passado, formalizando novas regras que exigem que as empresas armazenem dados localmente e censurem ferramentas que permitem aos usuários burlar o "Great Firewall", que restringe o acesso a sites e redes sociais estrangeiras, incluindo o Facebook e o Google.
A rival Apple opera sujeita a censura rigorosa, tendo removido dezenas de aplicativos de mensagens populares e redes privadas virtuais (VPN, na sigla em inglês) da China App Store este ano para cumprir solicitações do governo.
"Somos da ideia de que o ciberespaço não é um espaço que não é governado. Precisamos administrar, supervisionar ou gerenciar a Internet de acordo com a lei", disse Qi.