Nem a Lava Jato, nem a alta temperatura nas redes sociais ou a politização crescente de várias esferas da vida ampliaram a participação nas eleições municipais de 2016. Ao contrário. O total de abstenções, votos nulos e brancos chegou a 32,5% do eleitorado naquele ano contra 26,5% em 2012, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em números absolutos, mais de dez milhões de pessoas aptas a votar não fizeram sua escolha. Em São Paulo, uma aberração: o prefeito eleito teve menos votos do que a soma de abstenções, nulos e brancos.
Vamos às urnas a cada dois anos, só que não. Fica nítido o descompasso entre nosso desejo de mudança e a atitude concreta de colocá-lo em prática. Falta de opções interessantes? Falta de esperança? Falta de confiança? Acrescentaria à lista uma hipótese: falta de um sistema de participação política digital. Em um cenário de soluções tão ágeis e fáceis pelo celular, por que não digitalizar (de verdade) os meios de expressão da vontade popular? Leia Mais