Na crise Apps de paquera viram alternativa na busca por emprego

Na crise Apps de paquera viram alternativa na busca por emprego

Está desempregado e tem um match novo no Tinder? Aí pode estar uma dupla oportunidade para você. Ao menos tem sido assim para muitos jovens que estão usando esse aplicativo e outros similares não só para flertar, mas também para conseguir uma oportunidade profissional.

O site Market Watch reuniu relatos de pessoas que, na falta de uma conexão íntima com o match, conseguiram o famoso job. O fotógrafo norte-americano Philip Van Nostrand, por exemplo, passou a ser procurado para trabalhos que pagam até US$ 10 mil depois de, em algumas conversas, começar a espalhar seu portfólio e falar sobre sua experiência na área.

“As pessoas sempre conhecem outra pessoa que precisa do serviço, e então elas me recomendam”, explicou o nova-iorquino ao site. Segundo ele, já foram pelo menos 10 trabalhos realizados nos últimos quatro anos. Com o tempo, as propostas passaram a chegar diretamente via Instagram, após as interessadas lerem a descrição do perfil de Philip.

Às vezes, a oportunidade vem mesmo involuntariamente. Foi o caso do sul-africano Jesse Rasoesoe, profissional de marketing que vive em Joanesburgo e não estava usando o Tinder para finalidades profissionais, mas uma acabou surgindo ainda assim. Leia Mais

Alerta: Tecnologia pode ampliar desigualdade de renda

A recessão brasileira talvez tenha acelerado no país consequências do avanço da tecnologia que especialistas preveem como inevitáveis, como aumento da informalidade e do emprego autônomo.

Com o aumento da robotização, a expectativa é que muitas ocupações desapareçam e novas funções surjam. Ninguém sabe qual será o saldo disso. Mas evidências de países desenvolvidos indicam a emergência de uma polarização sem precedentes.

A tecnologia tem levado ao desaparecimento de tarefas rotineiras e repetitivas, como as administrativas. É o que alguns especialistas chamam de “esvaziamento do meio”.

Segundo esses estudiosos, vão sobrar –e surgir– empregos concentrados em dois extremos opostos. De um lado, estarão os postos muito especializados, de alto “teor” tecnológico, e, de outro, vagas de baixa qualificação.

No segundo grupo, ficarão profissionais que antes ocupavam o estrato intermediários e foram deslocados (inclusive para a informalidade).

Existe ainda a possibilidade do surgimento de um novo meio, povoado por profissionais deslocados de vagas tradicionais, que passam a realizar novas atividades qualificadas, porém de forma autônoma. Nesse caso, a tecnologia que elimina postos de um lado ajuda a criá-los de outro, ao facilitar, por exemplo, o trabalho remoto.

Olhando os dados gerais da Pnad contínua no ano passado, podemos até ficar com a impressão de que essas mudanças dessa natureza estão em curso no Brasil. Os números revelam, afinal, um encolhimento do emprego formal com expansão da informalidade e do trabalho chamado por conta própria. Leia Mais