O que se sabe sobre o rompimento da barragem de mineração da Vale em Brumadinho

Uma barragem da mina de Feijão, da Vale, se rompeu no início desta sexta-feira (25) na região de Brumadinho, em Minas Gerais, atingindo a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. Segundo a empresa, havia funcionários da área onde ocorreu o rompimento. Até o momento, nenhum órgão público confirmou mortes no local. O corpo de bombeiros informa que há cerca de 200 desaparecidos

Ainda não se sabe quais foram as causas do rompimento, de acordo com o presidente da Vale, Fabio Schvartsman. O executivo, que estava na Suíça, afirmou que está indo para o local. “Não existem palavras para explicar a dor que estou sentindo. A prioridade é resgatar é atender as pessoas e fazer tudo que tiver ao nosso alcance para enfrentar essa situação inimaginável”, afirma.

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Nos Estados Unidos, as ações da Vale caem mais de 10%.Isso pode levar a uma queda no Ibovespa na segunda-feira, de acordo com André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos. A bolsa brasileira, B3, está fechada hoje por conta do feriado de aniversário da cidade de São Paulo.

A prefeitura lançou um comunicado em sua conta no Instragram pedindo que os moradores fiquem longe do leito do Rio Paraopeba. A cidade é sede do Instituto Inhotim, maior centro de arte ao ar livre da América Latina. Em tuíte, o museu informou que está evacuando o Instituto. Em sua conta oficial, o instituto informou que aguarda informações oficiais sobre o caso. “Por segurança, estamos evacuando o Instituto”, diz o tuíte.

A barragem de Brumadinho está classificada pela Agência Nacional de Mineração (AMN) como uma estrutura de “baixo risco”. A categoria refere-se à possibilidade de haver algum desastre e rompimento da estrutura. Apesar disso, o Cadastro Anual de Barragens aponta que o dano potencial que seu rompimento poderia causar é classificado como alto.

Repercussão
A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, falou sobre o caso. “Tragédias dessa magnitude não são acidentes, são crimes”, afirma. Segundo ela, o país “não aprendeu nada em três anos”, em referência ao desastre de Mariana (MG), cidade que teve um distrito destruído por um desastre semelhante em novembro de 2015. Na ocasião, a tragédia matou 19 pessoas.

O presidente Jair Bolsonaro se manifestou em sua conta no Twitter. O presidente afirmou que a prioridade nesse momento é atender eventuais vítimas. Bolsonaro deve ir para o local amanhã.

Segundo o Greenpeace, o novo rompimento em barragem de mineração em Minas Gerais é um retrato da insegurança à população causada pela atividade mineradora no país. “Está muito claro que não ficou lição alguma da tragédia de Mariana. É a mesma companhia, o mesmo tipo de acidente”, afirmou Nilo D’Avila, coordenador de campanhas da ONG ambientalista.