O presidente do conselho e CEO da Walt Disney Company’s, Bob Iger, revelou — em conferência para comentar os resultados trimestrais da empresa — os tão esperados detalhes sobre a nova plataforma de streaming que vem sendo especulada há algum tempo: o Disney+.
O sistema deve ser lançado, segundo o gestor do estúdio, no segundo semestre de 2019 nos Estados Unidos — ainda não há confirmação de quando ele será expandido para o resto do mundo.
Iger revelou também informações sobre algumas das primeiras produções originais do site, que deve se tornar o principal competidor da Netflix. As franquias recentemente adquiridas, como os universo de Star Wars e dos super-heróis da Marvel, serão os carros-chefes do lançamento.
O CEO confirmou que a primeira série live-action de Star Wars está sendo produzida para o Disney+. Chamada The Mandalorian (em referência a uma das raças do universo), ela terá como protagonista o espião rebelde Cassian Andor, um dos personagens do filme Rogue One: Uma História Star Wars, de 2016. A série se passará antes do filme que foi o primeiro derivado da linha principal da série cinematográfica.
Para os fãs dos Vingadores, a principal atração será uma série centrada no personagem Loki, irmão de Thor e presença constante na série de filmes do Universo Cinematográfico Marvel. Não ficou claro, pelas palavras de Iger, se ambas as produções já serão lançadas junto com o próprio Disney+.
Certo é que as novidades não param por aí. Outras atrações serão novos filmes e séries relacionados a títulos adorados pelo público infanto-juvenil como Monstros S.A. e High School Musical. No site criado para que fãs se cadastrem para receber mais informações do Disney+ também está presente a logomarca do National Geographic, indicando que o canal também terá conteúdos no serviço.
Experiência bem-sucedida
A aposta no serviço de streaming de uma das principais empresas do entretenimento audiovisual vem não só da necessidade de estar presente na nova tendência lançada pela Netflix no consumo desses conteúdos, mas de uma fórmula testada já com sucesso pela Disney.
Usando sua rede de canais televisivos ESPN, a empresa lançou, em abril deste ano, o ESPN+, em que os usuários podem assistir jogos de uma série de esportes e ligas por um preço fixo e em um mesmo site. Em apenas cinco meses, o serviço alcançou a marca de um milhão de assinantes.
A Disney tem também uma participação no Hulu, plataforma de streaming criada em conjunto por NBC, Fox, Comcast e AT&T, além do próprio estúdio que criou o Mickey Mouse. A influência da empresa sobre o serviço, aliás, deve aumentar quando for concluída a compra dos estúdios da Fox. No momento, apenas alguns entraves regulatórios, devido a exigências de autoridades concorrenciais preocupadas com a constituição de um monopólio no setor, impedem a transação de ser concluída.
Não ficou claro ainda qual será a estratégia da Disney com o Hulu quando seu próprio serviço de streaming for lançado. Hoje, estão no site produções como Up – Altas Aventuras, Hannah Montana e Lili & Stich. Certo é que, na Netflix, a Disney não terá mais conteúdos.
Também não se sabe como ficará a relação do estúdio com o próprio cinema. Especula-se até mesmo que a Disney poderia fazer mais dinheiro com lançamentos feitos diretamente em streaming do que em salas de cinema, que retêm 40% do valor do ingresso.
Na Netflix, isso já é feito com frequência mas a empresa não tem nenhuma relação íntima com estúdios cinematográficos. Resta saber como será na Disney, que está a apenas cinco anos de completar seu centenário.
No quarto trimestre fiscal recém-encerrado, a Disney superou suas prórpias expectativas e as de Wall Street, com lucro de US$ 14,3 bilhões após uma previsão de US$ 13,7 milhões dos analistas de mercado.