A campanha do presidenciável Fernando Haddad (PT) pediu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para determinar a retirada de um post de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deputado federal e filho do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) do Twitter.
O partido pede ainda para que ele seja multado por causa da publicação, apontada pelo PT como propaganda irregular.
Durante a votação deste domingo, circularam vídeos em redes sociais de eleitores do presidenciável que estariam “filmando a urna eletrônica enquanto votavam e, ainda, exibindo armas para a filmagem, dentro da cabine de votação”, diz o PT.
O partido anexou uma imagem de publicação feita por Eduardo Bolsonaro na qual ele estimula os eleitores a registrarem imagem do voto: “Prezados, em caso de problemas com a urna filmem, de preferência gravem lives e falem o estado zona e seção onde está ocorrendo o problema”, diz o post.
A campanha de Haddad também incluiu imagens com armas nas urnas que circularam em redes sociais.
“Conforme se pode perceber, o voto fica totalmente visível, bem como o encerramento da votação, confirmando o voto no candidato representado e, ao final, ainda é reforçada a imagem da arma, de forma manifestamente intimidatória”, diz o PT.
“A proibição de propaganda no dia do pleito visa manter o equilíbrio da disputa, de forma que o candidato que se beneficiar de manifestações públicas de apoio ao voto, estará ultrapassando seus opositores de forma desleal, uma vez que as regras devem ser aplicadas a todos”, acrescenta.
A campanha destaca que a violação do sigilo do voto constitui crime eleitoral.
De acordo com o partido, “cabe ao candidato [Jair Bolsonaro] comunicar à sua militância sobre as regras do jogo eleitoral, para que ninguém cometa ilícitos que podem prejudicar a própria campanha, no entanto, não parece que é isso que o representado tem feito, uma vez que seus filhos divulgaram na internet a intenção de filmar a votação”.
O PT entrou ainda com outro processo contra a campanha do adversário, no qual pede imediata retirada dos conteúdos ofensivos de alguns links no Facebook, Twitter e YouTube por, segundo a legenda, propagarem fake news (notícias falsas disseminadas na internet).
O PT afirma que as fake news podem ser dividas em seis categorias: sexualidade (partido e “membros da ala gay” estariam perseguindo evangélicos); imagem dos candidatos (Haddad teria retirado cobertores de mendigos em pleno inverno); plano de governo da coligação (união com MST e argumentos que nazismo sempre teria sido uma ramificação do comunismo); eleições (agências de checagem estariam a serviço do PT e classificariam como falsos os posts da direita); corrupção (PT teria dado dinheiro do BNDES para ditaduras africanas); e fraude em urnas eletrônicas).
“Não podem os representados empregar com tamanha irresponsabilidade seu espaço nas redes sociais para circulação de afirmações infundadas, injuriosas e difamatórias que visam, única e exclusivamente, manipular a opinião pública por meio de mentiras”, diz o PT na ação.
O PT prepara outros pedidos ao tribunal. A informação foi antecipada pela coluna Painel.
No domingo, Eduardo Bolsonaro obteve 1.843.735 de votos para sua reeleição e se tornou o candidato a deputado federal mais votado da história do Brasil, em números absolutos. Sozinho, o filho do capitão reformado conquistou 8,74% dos votos.