Referência mundial em economia, a revista britânica The Economist traz o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) na capa da sua edição mais recente. No texto, o candidato é chamado de “a ameaça mais recente da América Latina”, membro do “clube dos populistas” e “grosseiramente ofensivo”. Ícone da direita liberal ao redor do mundo, a revista crava que um eventual mandato de Bolsonaro seria “desastroso” e poderia piorar o ruim cenário econômico brasileiro.
“Bolsonaro, cujo nome do meio é Messias, promete salvação; na verdade, ele é uma ameaça para o Brasil e para a América Latina”, diz a Economist, que o coloca como um novo membro do “clube dos populistas”, ao lado de nomes como o norte-americano Donald Trump, o filipino Rodrigo Duterte e o italiano Matteo Salvini.
“Um evangélico, ele mistura conservadorismo social com economia liberal, para a qual ele se converteu recentemente”, escreve a publicação britânica. “Seu principal conselheiro econômico é Paulo Guedes, que foi educado na Universidade de Chicago, um bastião das ideias de livre mercado.” O texto explica que as propostas econômicas são de uma “brutal” simplificação de impostos, diminuição de ministérios e a chegada de generais a alguns deles.
A revista ainda analisa a “admiração por ditatorialismo”. “Ele dedicou seu voto pelo impeachment de Rousseff ao comandante de uma unidade responsável por 500 casos de tortura e 40 assassinatos no regime militar”. “A resposta de Bolsonaro para o crime é, na realidade, matar mais criminosos–apesar de que, em 2016, a polícia matou mais de 4.000 pessoas.”
O Brasil é tema recorrente das capas da revista Economist. Uma edição marcante foi em 2009, quando o Cristo Redentor decolava. Depois disso, porém, o Cristo não teve um voo lá muito tranquilo.