O número de pessoas desnutridas no mundo aumentou para 821 milhões em 2017, retrocedendo a níveis de quase 10 anos atrás. Entre as causas principais desse crescimento estão a variação climática – caracterizada por eventos extremos -, conflitos e estagnação econômica.
Os dados foram divulgados pela Organização das Nações Unidas nesta terça-feira (11) e apontam que uma em cada nove pessoas sofre com a fome. O estudo “Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo” foi apresentado por diversas agências da ONU, como FAO, Ifad, PAM, Unicef e OMS.
Os aumentos foram registrados principalmente na África e na América do Sul. No Brasil, os números apontam que mais de 5,2 milhões de pessoas (2,5% da população) passaram um dia ou mais sem consumir alimentos em 2017. Já na Ásia, a situação permaneceu estável na maior parte do continente.
Apesar dos avanços para combater a desnutrição entre as crianças, os passos dados não foram suficientes. Cerca de 151 milhões de menores de cinco anos, que representam 22% do total desse grupo, foram afetados pelo crescimento da desnutrição.
As mudanças climáticas, segundo a pesquisa, foram o principal agente de ameaça à produção de alimentos em regiões onde, se não houver intervenções específicas, podem ocorrer pioras dramáticas.
De acordo com a ONU, é necessário adotar urgentemente ações para atingir o objetivo de zerar a desnutrição até 2030. Isso inclui atitudes concretas e constantes que construam a resiliência das populações às mudanças climáticas.