Algumas das empresas de tecnologia mais importantes do mercado, Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Google têm suas movimentações sempre observadas de perto por investidores e pelo restante das companhias. Como acabam ditando os rumos do setor e têm apresentado um grande apetite em aquisições, essas companhias foram classificadas em um grupo próprio: o FAANG, com as iniciais de cada um delas.
Em 2018, entretanto, essa voracidade parece ter diminuído, segundo dados do Crunchbase, base de informações sobre aquisições, fusões e investimentos em startups. Pela primeira vez desde 2011, mostra o banco de dados, todas elas fizeram menos que dez aquisições durante o ano – a Netflix, inclusive, passou pela primeira vez um ano sem fazer nenhuma operação do tipo no mercado.
Ainda assim, foi um ano movimentado. Como de costume, o Google teve o maior número de aquisições (somente em 2012 e 2017 não foi assim, nesta década). Foram seis, contra quatro do Facebook, três da Apple e duas da Amazon. Veja abaixo quais foram e as tendências apresentadas por essas empresas, de acordo com o Crunchbase.
A Alphabet, controladora do Google, fez seis aquisições. Apenas uma delas, porém, foi especificamente para a divisão do Google com impacto para o consumidor final. Essa aquisição foi da Tenor, sistema de busca de GIFs usados nos principais apps de mensagens, que foi adquirido em março, por um valor não revelado.
Os outros cinco negócios foram de empresas e serviços voltados a melhorias operacionais internas, principalmente no Google Cloud. Onward (plataforma de automação para serviços digitais), Cask Data (que constrói ambientes virtuais para análise de dados de grande porte) e Velostrata (software para empresas transferirem rapidamente seus conteúdos entre nuvens públicas e privadas) contribuem com o serviço. Outras duas, GraphicsFuzz (oferece testes automatizados de confiança para drivers de hardwares) e Xively (simplifica a conexão entre dispositivos e servidores na internet das coisas), visam tornar mais eficientes as operações envolvendo aparelhos físicos.
Nenhuma das operações teve o valor divulgado, a não ser a da Xively, pela qual a Alphabet pagou US$ 50 milhões.
As compras feitas pela companhia de Mark Zuckerbeg estão mais relacionadas às polêmicas pelas quais a rede social passou nos últimos anos: sobretudo vazamentos de dados, disseminação de notícias falsas e a ação de hackers. Duas empresas adquiridas (Bloomsbury AI, que identifica padrões linguísticos e ajuda a identificar fake news; e o serviço Confirm.io, que faz autenticação de informações junto ao governo e ajuda a recuperar contas hackeadas) contribuem diretamente com o objetivo de melhorar a imagem da empresa perante o público.
Outra aquisição busca integrar o Facebook à crescente quantidade de pessoas que fazem transmissões ao vivo, seja de áudio ou vídeo: a Vidspresso facilita a vida de youtubers e podcasters na hora de usar as redes sociais em suas gerações de conteúdo.
Por fim, a RedKix tem apenas uso interno: a plataforma cria canais de comunicação e gerenciamento de processos entre funcionários, clientes e parceiros comerciais.
Apple<
No ano em que bateu a marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado, a Apple não aumentou os investimentos em empresas e startups na mesma proporção. As três aquisições repetiram o número do ano passado, com avanços em diferentes áreas. A única compra com valor divulgado foi a da Dialog Semiconductor, estimada em US$ 600 milhões. A empresa produz chips que integram funções em aparelhos eletrônicos, sendo bastante usados em internet das coisas e smartphones – o chip A12, nos aparelhos recentemente lançados pela companhia, já contam com a tecnologia.
As outras operações envolveram a Akonia Holographics, para armazenamento de informações e projeção em realidade aumentada; e a Texture by Next Issue Media, serviço digital de assinatura de veículos de informação.
Amazon<
Apesar de ter feito apenas duas aquisições em 2018, a Amazon foi a que mais gastou entre as operações que tiveram valores divulgados: cada uma custou US$ 1 bilhão – ainda assim, bem abaixo da compra da rede de supermercados Whole Foods por US$ 13,7 bilhões no ano passado.
A compra da PillPack, uma farmácia digital que vende medicamentos por dosagem exata, é mais um capítulo da entrada da empresa de Jeff Bezos no setor de saúde. Espera-se que, a partir da parceria firmada com o JPMorgan e Berkshire no meio deste ano, a companhia em breve forneça soluções que possam competir no mercado de planos particulares de atendimento médico.
Já a Ring, outra empresa adquirida, atua na segurança, comercializando equipamentos como campainhas inteligentes e câmeras que permitam às pessoas vigiar suas casas de forma mais eficiente. É mais uma investida da empresa no segmento de dispositivos inteligentes, com o objetivo de dar aos clientes soluções de smart homes e mais integrações com a assistente digital Alexa.