Quem nunca abriu a Netflix sem saber o que assistir e aceitou uma das sugestões, que atire a primeira pedra. O fato de que a plataforma se baseia no histórico de seus usuários para sugerir títulos compatíveis com o gosto de cada um não é novidade para ninguém. O que poucas pessoas imaginam é que até mesmo a imagem que ilustra cada um deles é estrategicamente escolhida para influenciar na sua escolha.
O processo foi detalhado pela plataforma em seu blog oficial. O artigo descreve como utiliza uma combinação de dados, algoritmos e machine learning para definir que tipo de imagem (no caso, trechos dos próprios filmes) funciona na hora de atrair cada tipo de pessoa. Um dos exemplos citados diz respeito à sugestão do filme Pulp Fiction.
“Um membro que assiste a muitos filmes com Uma Thurman provavelmente responderia positivamente à imagem de Pulp Fiction que contém Uma. Enquanto isso, um fã de John Travolta pode estar mais interessado em assistir Pulp Fiction se a obra mostrar John”, descreve o texto. A lógica também se aplica a fatores como o gênero preferido do usuário. Pode ser mais vantajoso exibir a cena de um beijo ou de um momento de ação, por exemplo.
As tendências, é claro, nem sempre são tão óbvias. Por isso, a plataforma diz “confiar” nos dados para identificar e demonstrar em que tendências pode apostar. Nesse quesito, as possibilidades são inúmeras. Cada conteúdo dá origem a algumas dezenas de imagens que podem ser combinadas e exploradas em diferentes contextos e situações.
Além de tornar o próprio título atrativo, tornar a página “concisa” como um todo também é um desafio. Imagine, por exemplo, que uma sequência de sugestões exibe uma sequência de imagens com os mesmos elementos e que transmitem as mesmas sensações. Provavavelmente não seria muito convincente, não é mesmo? Por isso, um toque de aleatoriedade também vem a calhar.
A estratégia também precisa ser aplicada até certa dose. Embora precisem ser chamativas e atrativas de várias maneiras diferentes, as imagens não devem passar uma impressão equivocada do conteúdo que representam — algo que o texto chama classifica como clickbait: imagens que “motivam um usuário a começar a assistir mas que resultam em um engajamento de baixa qualidade”. Em outros termos, é o que ocorre quando você desiste de assistir ou quando dorme e acorda só no dia seguinte.