Em editorial, o jornal The New York Times lamentou a escolha dos eleitores brasileiros pelo candidato Jair Bolsonaro (PSL), que lidera com ampla margem sobre seu adversário Fernando Haddad (PT) as intenções de voto para o segundo turno das eleições 2018, que acontece no próximo domingo (28).
Para o NYT, Bolsonaro tem pontos de vista repulsivos. O jornal cita como exemplo suas declarações sobre preferir ter um filho morto do que gay; ou que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) não mereceria ser estuprada por ser “muito feia”; ou sua “nostalgia” pelos generais e torturadores do regime militar.
O texto também compara o candidato do PSL a Donald Trump e diz que o meio ambiente será um dos “derrotados”. “O senhor Bolsonaro prometeu desfazer diversos acordos de proteção às florestas tropicais para abrir mais espaço para o poderoso agronegócio brasileiro. Ele cogitou retirar o país do acordo climático de Paris, acabar com o Ministério do Meio Ambiente e impedir a criação de novas reservas indígenas – tudo isso em um país recentemente elogiado por sua liderança na proteção ao meio ambiente”.
O editorial também faz um paralelo entre a crise política e econômica e a ascensão do capitão da reserva. “As opiniões grosseiras do senhor Bolsonaro são interpretadas como fraqueza. Sua obscura carreira no Congresso o faz surgir como o ‘novo’, que vai limpar a casa e sua promessa de punhos de ferro são a esperança para a média recorde de 175 homicídios por dia no último ano”.
Ao final, o NYT conclui: “A escolha pertence aos brasileiros. Mas é um triste dia para a democracia quando desordem e decepção levam os eleitores à distração e a abrir a porta a populistas ofensivos, cruéis e agressivos”, completou a publicação.