O confronto entre os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) cristalizou uma amarga divisão social no Brasil, destaca o jornal The New Work Times em reportagem sobre a eleição no país. A publicação acrescenta que a segmentação se ampliou nos últimos anos em meio aos problemas econômicos e à repulsa da população a esquemas de corrupção envolvendo a classe política.
O jornal aponta que Bolsonaro é considerado um conservador por seus posicionamentos em relação à segurança pública, oposição ao aborto e a medidas criadas pelo PT para eliminar a desigualdade no Brasil. “Seu sucesso desafiou as leis da gravidade política. Até recentemente, Bolsonaro era um provocador nas franjas do poder que pouco realizava como um legislador de sete mandatos”, diz a reportagem, que destaca as críticas do candidato do PSL a minorias e a mulheres.
Mas a força de Bolsonaro, que cresceu após o atentado que sofreu, aponta a reportagem, vai na linha de populistas ao redor do globo, assim como o presidente americano, Donald Trump. “Bolsonaro explorou um profundo ressentimento contra o establishment político. Ele canalizou a ira dos brasileiros em relação aos níveis de corrupção e crime, apresentando-se como o único candidato forte o suficiente para resolvê-los”, diz a publicação.
O New York Times afirma ainda que, mesmo que o candidato do PSL repita em seu discurso que não entende nada de economia, isso “não perturba os empresários”. “Eles parecem ter fé em Paulo Guedes, que disse que vai realizar reformas esperadas pelo mercado e controlar os gastos sociais que cresceram sob a gestão do PT.”