O Brasil caiu três posições no ranking que avalia a competitividade de 140 países, divulgado nesta terça-feira (16/10) pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com a Fundação Dom Cabral. Décimo maior mercado entre os avaliados, o Brasil se destacou pela solidez de seu sistema financeiro. Em capacidade inovadora, embora não se compare às nações mais dinâmicas do mundo, o país fica na metade superior do ranking, em 40º lugar. Mas se colocou muito atrás em termos de dinamismo empresarial e ambiente macroeconômico. Em uma escala de 0 a 100 pontos, o Brasil fez 59,5. Isso depois de avançar um pouco em 2017 e já ter piorado bastante em 2016.
Pela nova metodologia adotada este ano (detalhes mais abaixo), os Estados Unidos são o país mais competitivo do mundo, com 85,6 pontos, destacando-se principalmente em dinamismo empresarial, sistema financeiro e mercado de trabalho. Em seguida vêm Cingapura (83,5 pontos), Alemanha (82,8), Suíça (82,6), Japão (82,5), Holanda (82,4), Hong Kong (82,3), Reino Unido (82), Suécia (81,7) e Dinamarca (80,6).
Em dinamismo no ambiente de negócios, o país ficou em 108º lugar, principalmente pela dificuldade em abrir um negócio (é 137º nesse aspecto). Também pesaram contra o ambiente macroeconômico – neste ano, o país ocupa a 122ª posição – e o mercado de trabalho.
Segundo análise organizada pelo professor Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, as reformas trabalhistas, até o momento, provocaram o impacto oposto do desejado: o país sai do 99º lugar (52,8 pontos) para ocupar o 114º lugar (51 pontos) em 2018. Também aparecemos mal em mobilidade interna dos trabalhadores (138º lugar), impostos trabalhistas (137º lugar), flexibilidade do salário (124º lugar) e facilidade para contratar estrangeiros (122º lugar).
Os indicadores brasileiros acompanham a média latino-americana (baixa em relação ao mundo) em quase todos os pilares. No que se refere aos desafios do país de criar um ambiente favorável à competitividade, quatro pilares são considerados: instituições, infraestrutura, adoção de tecnologias de informação e comunicação e estabilidade macroeconômica.
De forma geral, a análise do fórum mostra que a “economia global não está preparada para a 4ª revolução industrial”. Das 140 economias avaliadas, 103 pontuaram menos da metade possível no critério capacidade de inovar – o que mostra, segundo o WEF, que inovação ainda é um empecilho para a melhoria da competitividade.
Neste ano, o ranking traz uma nova metodologia – 60% dos indicadores avaliados são novos. O índice de competitividade é formado por 98 variáveis agrupadas em 12 pilares, 22 subfatores e em 4 fatores de competitividade (ambiente institucional, capital humano, mercados e ecossistema de inovação). Segundo o WEF, ganharam maior peso na avaliação deste ano negócios disruptivos que estão impulsionando a competitividade, a diversidade na força de trabalho e o estabelecimento de um governo digital.