O que a Turbi, a Sami Energia, a Eletric Dreams On e a Zazcar têm em comum? Além de serem startups de base tecnológica, elas querem desenhar, e até mudar, o futuro da mobilidade urbana no Brasil. Essas empresas foram convidadas pela EDP Energias do Brasil, companhia privada do setor elétrico, para venderem suas ideias em um pitch de 20 minutos, entre uma parada e outra para abastecer um carro elétrico, na inauguração do maior corredor de recarga de veículos do tipo na América Latina. Confira abaixo a proposta de cada uma delas.
Eletric Dreams
A Eletric Dreams consumiu oito anos para desenvolver um sistema de veículo elétrico, o One (visto na foto acima), que funciona para entregas de produtos a pequena distância. O protótipo acaba de ser lançado, revelou Fábio Guillaumon, CEO e CTO da startup. A finalização do desenvolvimento do produto, no entanto, tem estimativa de investimento de R$ 1 milhão.
Segundo Guillaumon, o One pode ser usado para entregas em condomínios, pizza, restaurantes e supermercados, para citar apenas alguns exemplos, sendo uma alternativa mais barata e sustentável do que motos, carros e caminhões. “Para se ter uma ideia, o custo do One para cada 100 Km rodados é de R$ 0,20. Em motos, esse valor sobre para R$ 10 e em carros R$ 40”, apontou ele.
Todo o desenvolvimento do produto é nacional, reforçou o empreendedor, que tem sua empresa instalada no Parque Tecnológico de São José dos Campos há cinco anos.
Turbi
Diego Lira, CEO da empresa, contou que a startup mira o compartilhamento de veículos com interação totalmente digital por meio de um aplicativo. A cobrança acontece por hora e por quilômetros rodados. A startup surgiu em agosto de 2017 com uma frota própria de 30 carros, atuando nas Zonas Oeste e Sul da capital paulista. A ideia, no entanto, é ampliar o número de veículos para 150 até o final de 2018.
Para usar o serviço, o cliente conta com uma rede para retirada e devolução dos veículos, como os estacionamentos Estapar, hotéis e espaços de coworking. São três opções de veículos: HB20, Nissan Kicks e Mini Cooper S.
“Nossa atuação se deu em função do gargalo de mobilidade da cidade de São Paulo. De lá para cá, já foram mais de 50 mil downloads no app e 5 mil corridas, o que equivale a mais de dez voltas na Terra”, contabilizou ele. Em uma cidade com 6 milhões de carros, onde as pessoas passam mais de duas horas no trânsito, a startup quer contribuir para tirar 12 veículos da rua para cada usuário.
O executivo acredita que o diferencial da empresa é o fato de ouvir verdadeiramente seu cliente e fazer ajustes em seu modelo de negócios em função dos feedbacks que recebe. “Além disso, entendemos o comportamento do consumidor. Como ele se desloca, de que forma e estabelecemos a melhor experiência para ele”, completou.
Com um time experiente, composto por talentos que vieram de grandes empresas como o Mercado Livre, o sonho da Turbi, revelou Lira, é deixar um legado para a mobilidade urbana do País.
Sami Energia
A Sami Energia identificou que, geralmente, as baterias passam um processo desafiador de reaproveitamento. Assim, para otimizar seu us o e tempo de vida útil, a startup criou uma plataforma na nuvem que faz o gerenciamento remoto de baterias. Dessa forma, usando machine learning, toda vez que as baterias apresentarem comportamentos inesperados, alertas são emitidos para que ações sejam tomadas imediatamente e não apenas depois que os problemas aparecem.
A solução pode ser aplicada em diversos veículos, como empilhadeiras, caminhões, motocicletas, carros, postos de cargas e em carros elétricos, justificou Guilherme Alves, cofundador e diretor da empresa. A tecnologia está atualmente em produção em 15 negócios, fazendo a gestão de cem baterias.
O empreendedor explicou que no caso de veículos elétricos, o sistema pode identificar o melhor horário para fazer o carregamento e otimizar o processo. Ele acredita que a tecnologia é pioneira porque faz a gestão remota do perfil de economia nos postos de recarga e viabiliza o uso de segunda vida das baterias, além de promover redução de custos com a cobrança de tarifa dinâmica.
Segundo Alves, a empresa agora está em início de tração e sua ousada missão é fazer a gestão de todas as baterias lítio do mercado nacional para depois extrapolar as fronteiras e partir para o cenário interacional.
Zazcar
Com uma frota própria de 130 carros espalhados por cem pontos na capital paulista em operação no Centro estendido, a Zazcar é um aplicativo de compartilhamento de automóveis. A empresa já levantou R$ 7,5 milhões em uma primeira rodada de investimentos e busca agora nova capitação para ampliar seus negócios.
Guilherme Mosaner, COO da startup, alerta que o objetivo da Zazcar não é substituir, pelo menos por enquanto, outros serviços de mobilidade, como táxi, Uber, ônibus e metrô. “A ideia é complementar”, justificou.
O cenário futuro, contudo, na visão do empreendedor, mostra que o compartilhamento de carros tem tudo para ser “o novo normal”. Números de mercado e ainda de utilização de clientes da Zazcar corroboram a visão de Mosaner. De acordo com ele, os clientes da startup usam o serviço da empresa de duas a três vezes ao mês. “É um modelo que se encaixa na vida das pessoas”, alertou.
Recentemente, contou ele, a Zazcar apostou na modernização de sua infraestrutura tecnológica para reduzir chances de fraude no processo de compartilhamento de carros. Deu certo. Segundo Mosaner, depois da adoção de sistemas mais rigorosos de segurança, a empresa não registrou uma fraude sequer.
Fonte: IDNow!