Livrar as pessoas de atividades mais manuais e possibilitar um trabalho efetivo de pensar em novos produtos. É dessa forma que um dos fundadores da Fisher Venture Builder, Pietro Bonfiglioli, enxerga o uso de inteligência artificial (IA) no mercado de fintechs.
“Hoje, temos muito uso de IA em interface com o cliente — com chatbots e robôs de investimentos, por exemplo. Essas ferramentas automatizam e dão escalabilidade para atividades que antes precisavam de pessoas”, explica Bonfiglioli. “Quando eu vejo o futuro para IA que cabe nesse mercado, enxergo uma aplicação no sentido de liberar espaço para que as pessoas possam gerar produtos de melhor valor para os clientes”, afirma.
Na empresa, que se intitula uma “fábrica de startups”, Bonfiglioli atua na criação e desenvolvimento de fintechs nos ramos de crédito, imóveis e seguros. Segundo ele, muitos empregos estão sendo criados com base em IA nesses setores — seja com programação ou trabalho de dados.
Áreas como recursos humanos também obtêm benefícios e avanços com aplicações da tecnologia. “Utilizar uma inteligência que ajude unir pessoas a vagas é muito interessante. É, sobretudo, algo que não existia antes, que ia muito pelo sentimento do entrevistador ou pelos interesses do próprio profissional”, explica Bonfiglioli.
Em um mapeamento realizado pela Fisher Venture Builder, incorporado a um estudo sobre inteligência artificial divulgado pela empresa, foram listadas 64 startups brasileiras que utilizam IA em seus negócios ou vendem essas soluções.
“Temos o exemplo da Isportistics, que utiliza IA para mapear partidas de esportes. É um uso não muito falado, mas muito interessante”, aponta Bonfiglioli. Outro exemplo é a Alicredito, que utiliza IA para fazer análise de risco para precificação de crédito. “É um projeto interessante e que poupa um monte de trabalho manual”, afirma.
As novidades presentes no mercado hoje são, para Bonfiglioli, apenas o começo. “Os avanços expressivos em IA aconteceram nos últimos anos. Saber exatamente o que vai acontecer, se a IA irá substituir os humanos ou aumentar a produtividade, ainda é muito cedo para dizer. Mas os avanços que tivemos nos últimos anos foram marcantes”, garante.