Inteligência artificial é usada para combater o caos aéreo

Inteligência artificial é usada para combater o caos aéreo

Voos atrasados não significam apenas filas nos salões de embarque. Eles também resultam em prejuízo financeiro – tanto para o passageiro, quando perde compromissos importantes ou tem gastos extras com a permanência no aeroporto, quanto para as companhias aéreas, que veem travar sua principal atividade.

Remanejar o embarque de passageiros, acionar mais pessoal em terra, manobrar de forma imprevista outras aeronaves no pátio… tudo que o atraso na decolagem torna necessário fazer custou, em média, US$ 68,48 por minuto às aéreas dos Estados Unidos no ano passado, segundo a Airlines for America, associação das principais empresas do setor no país.

No ano todo, foram US$ 26 bilhões extras gastos pelas aéreas, se forem contados também gastos indiretos.

Até por isso, as montadoras de aeronaves têm especial interesse em sanar o problema dos atrasos – e, ao mesmo tempo, lidar com a demanda cada vez maior por voos em inúmeras rotas. Segunda maior empresa do setor, a Airbus tem encontrado na inteligência artificial uma solução.

“Cerca de 80% das empresas aéreas sofrem de atrasos crônicos. Isso porque elas não têm acesso a dados que as ajudariam a gerenciar a decolagem e o pouso de seus aviões”, comentou o VP de inteligência artificial da Airbus, Adam Bonnifield, durante o VB Summit, evento de debates e apresentações sobre IA, encerrado ontem na Califórnia.

A JetBlue vem sendo usada desde 2016 como laboratório para uma nova solução: um otimizador de manutenção agendada, que usa algoritmos com base na movimentação de aeronaves para determinar as melhores datas e horários possíveis para a manutenção dos equipamentos das mais de 200 aeronaves da empresa.

Além disso, a fabricante europeia lançou no ano passado a Skywise, uma plataforma de big data e ferramentas de análise de dados alimentada por informações de todo o mercado aéreo, centralizadas num painel de controle que as empresas usam para melhorar sua eficiência operacional. Trata-se de uma parceria com a Palantir Technologies, startup baseada no Vale do Silício, que já está em uso em sete clientes no mundo todo.

“Usamos dados de sensores das nossas aeronaves e outras informações operacionais que só eram usadas para nossos aviões de manutenção, e colocamos tudo em um mesmo ambiente”, contou Bonnifield. A Latam Airlines é uma das empresa que utiliza parte dos recursos da Skywise – embora não seja usuário da totalidade da plataforma, como são a indiana Air Asia e Etihad Airways, dos Emirados Árabes Unidos.