O grupo “Mulheres Unidas contra Bolsonaro” no Facebook foi invadido na madrugada deste domingo (16/9) e chegou a ter seu nome alterado para um de teor a favor ao candidato à presidência. Criada há cerca de duas semanas, a comunidade no Facebook contava com mais de 1 milhão de mulheres e mais de 2 milhões de solicitações para participar. Na última semana, ganhou grande repercussão, tendo recebido a cada minuto 10.000 novos pedidos para integrar o grupo.
Ao tentar acessar a página neste domingo, uma mensagem informa que o “conteúdo não está disponível no momento”. Segundo reportagem do El País, o Facebook informou que o grupo foi temporariamente removido após detectar atividade suspeita. “Estamos trabalhando para esclarecer o que aconteceu e restaurar o grupo às administradoras”, disse a companhia.
O ataque
Antes de a página ser invadida, as moderadoras e administradoras do grupo receberam ameaças em suas contas no WhatsApp, informou o El País. Invasores exigiam que o grupo fosse extinto até as 2h de sexta-feira, caso contrário divulgariam dados sensíveis como CPF, RG, nome da mãe e título de eleitor. No mesmo dia, uma das administradoras teve suas contas no Facebook e WhatsApp invadidas. Responsáveis pelo ataque trocaram a imagem de capa do grupo com as assinaturas ‘Eduardo Shinok’ e ‘Felipe Shinok’, supostos autores da invasão. Em seguida, um perfil alterou o nome do grupo para ‘Mulheres COM Bolsonaro’.
A invasão à pagina e os ataques às suas administradoras e criadoras acontece em um momento onde a rejeição do eleitorado feminino ao candidato Jair Bolsonaro do PSL cresce. Pesquisa Datafolha divulgada na segunda-feira, 10, mostra que a rejeição de Bolsonaro entre as mulheres atinge 49%. O eleitorado brasileiro é composto por 53% de mulheres. O evento “Mulheres contra Bolsonaro”, agendado para 29 de setembro no Largo da Batata, em São Paulo, já conta com 583 mil confirmações e outras 196.000 pessoas interessadas.