O físico Stephen Hawking está em alerta para o impacto da inteligência artificial, que para ele será
“a melhor ou a pior coisa que já terá acontecido para a humanidade”. A declaração foi feita durante
a inauguração de um centro de pesquisas da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
Hawking chamou a iniciativa de um centro para examinar os avanços das tecnologias inteligentes
de “crucial para o futuro de nossa civilização e nossa espécie”, de acordo com o jornal britânico
“The Guardian”.
Em suas declarações, Hawking tem demonstrado preocupação com impactos negativos da
inteligência artificial. Para ele, a criação de robôs superinteligentes e com vontades próprias
podem fazer com que a humanidade se torne a arquiteta de sua própria destruição. Contudo,
o cientista também destaca contribuições positivas que tecnologias do tipo podem trazer.
“Os benefícios potenciais da criação de inteligência são enormes. Nós nem sequer podemos
prever o que conseguiríamos com a ampliação de nossas próprias mentes pela inteligência
artificial”, disse Hawking. Na relação de efeitos benéficos, o físico coloca a reversão de danos
causados –ao meio ambiente pela industrialização, a erradicação de doenças e da pobreza.
“Todos os aspectos de nossas vidas serão transformados. Em suma, o sucesso na criação da
inteligência artificial pode ser o maior evento na história da nossa civilização”, conclui o cientista
Recentemente Hawking liberou a sua tese de doutorado, escrita quando ele tinha apenas 24 anos, para que qualquer pessoa do mundo possa lê-la.
Sob o título de “Propriedades de universos em expansão”, a dissertação de 134 páginas era o item mais solicitado na biblioteca da Universidade de Cambridge, de acordo com a própria universidade.
Desde maio de 2016, a dissertação de Hawking, concluída em 1966, foi pedida 200 vezes. A segunda tese mais solicitada na biblioteca foi pedida 13 vezes.
Respeitado e conhecido mundialmente por sua pesquisa sobre buracos negros e a relatividade, Hawking declarou que espera que sua tese “inspire as pessoas ao redor do mundo a procurar as estrelas e não a seus pés”. Ele também acrescentou que todos deveriam ter acesso gratuito a todas as pesquisas: “Qualquer um, em qualquer lugar do mundo, deve ter acesso livre para não apenas minha pesquisa, mas para a pesquisa de todas as grandes e inquisitivas ideias em todo o espectro da compreensão humana”.
Antes, para ter acesso ao documento era preciso pagar US$ 85 por uma cópia digital ou física e, ir até a biblioteca de Cambridge.
Segundo informações da BBC, mais de 60 mil pessoas acessaram a tese de Hawking desde que a universidade disponibilizou-a gratuitamente, uma alta demanda que levou o site a enfrentar certa instabilidade.
“É maravilhoso ouvir quantas pessoas já mostraram interesse em baixar minha tese – espero que não fiquem desapontados agora que eles finalmente tenham acesso a ela”, declarou o físico.