Entidade brasileira identificada como PCSD, é banida pelo Facebook

Uma entidade brasileira identificada como PCSD foi banida do Facebook, segundo um comunicado da rede social. O grupo era responsável por, segundo a empresa, gerar falso engajamento em troca de dinheiro.

A entidade teria usado uma rede de grupos, contas e páginas do Facebook onde as pessoas podiam comprar e vender curtidas, reações, seguidores e páginas, além da troca de páginas, violando “repetidas vezes” os Padrões da Comunidade da plataforma.

“Nós não permitimos um comportamento inautêntico coordenado e estamos banindo o PCSD de nossa plataforma”, disse a empresa. A rede era composta por 72 grupos, 50 contas e cinco páginas do Facebook no Brasil.

Quem deu o alerta ao Facebook foi o Digital Forensic Research Lab, do Atlantic Council, que tem fornecido informações em tempo real à empresa sobre ameaças de abusos e campanhas de desinformação. A rede foi detectada durante uma investigação sobre a falsa amplificação de páginas políticas na recente eleição no México.

É o segundo grande movimento do Facebook nas últimas semanas para deixar a rede social menos infestada de usuários nocivos. O primeiro dele ocorreu em julho, quando desativou 196 páginas e 87 contas no Brasil por formar uma rede coordenada para espalhar desinformação.

Essa primeira rede de páginas e contas desativadas era administrada por membros do MBL (Movimento Brasil Livre), movimento de direita que ajudou a mobilizar a sociedade para o impeachment da então presidente Dilma Rousseff em 2016.

No comunicado desta quarta, o Facebook reforçou que só no primeiro trimestre deste ano, removeram 837 milhões de conteúdos de spam e derrubaram 583 milhões de contas falsas em todo o mundo –ações tomadas antes de qualquer denúncia da comunidade ao Facebook.

Nos últimos meses, o Facebook tem adotado medidas para coibir engajamentos falsos ou inchaço artificial de seguidores. Desde junho, por exemplo, qualquer usuário pode verificar se uma página teve o nome alterado e a data de sua criação. O objetivo é evitar, por exemplo, que uma página sobre animais de estimação, depois de conquistar milhares de seguidores, seja vendida para terceiros interessados em difundir determinadas posições políticas.

Pessoas que administram páginas com grande audiência também terão de passar por um processo de verificação para que possam continuar postando. Essas mudanças começaram pelos Estados Unidos e estão gradualmente sendo estendidas a outros países.

A plataforma informou ter removido, no primeiro trimestre deste ano, 837 milhões de conteúdos por spam e 583 milhões de contas falsas em todo mundo. A empresa está usando inteligência artificial e outras tecnologias para detectar violações de regras de uso mesmo antes de receber denúncias a respeito.