A Movida, segunda maior locadora de carros do Brasil, anunciou na noite desta quinta-feira (9) que lançará um serviço de aluguel de bicicletas elétricas em São Paulo nos próximos três meses.
A empresa vai investir R$ 1 milhão na start-up E-Moving, líder do país na locação desse tipo de veículo. O contrato será assinado nesta sexta-feira (10), e a nova linha de negócios se chamará I Move.
Hoje, a startup disponibiliza 400 bicicletas elétricas. Com o aporte financeiro, poderá fabricar e oferecer um número muito maior. Os empresários estimam que há uma demanda represada de cerca de 20 mil bikes elétricas na capital paulista.
Segundo Renato Franklin, presidente da Movida, o mercado brasileiro pode seguir a tendência de crescimento que o nicho apresenta nos Estados Unidos e na Europa. A empresa quer focar pessoas que ficam presas em congestionamentos diários para se deslocar até o trabalho.
“Quando o trajeto é curto, uma bicicleta normal atende a necessidade. Quando se trata de uma distância maior, a elétrica faz muito sentido. Pode ser usada na ciclovia como na rua, a uma distância máxima de 25 quilômetros por hora”, diz o empresário.
O aluguel mensal deve custar cerca de R$ 200.
De acordo a Abraciclo, foram comercializadas mais de 35 milhões de unidades no
Um meio de transporte alternativo, ecológico e sustentável. Essa é uma boa definição para as bicicletas elétricas, também conhecidas como e-bikes. Elas são silenciosas, econômicas, não poluem o ar e ainda ajudam a desafogar o trânsito.
As bicicletas
Dotadas de motor movido a bateria de lítio ou chumbo as bicicletas elétricas podem ser recarregadas em qualquer tomada. A recarga delas funciona como a de um celular. Existe um carregador próprio que se liga à tomada e a bateria é recarregada. E a economia surge aí: cada recarga gasta, em média, R$0,25 de energia apenas. E a bateria pode durar até cinco dias, dependendo da quantidade de quilômetros rodada. A recarga pode ser feita de duas maneiras: ligando a bateria direto da bicicleta à tomada, ou com a bateria retirada da bike. Esta última é uma opção para quem mora em apartamento, por exemplo. A pessoa não precisa levar a bicicleta até o apartamento. Ela pode deixar a bike na garagem e levar apenas a bateria para recarregar.
Segundo a empresa GoLev, as pessoas não compram as bikes elétricas apenas para lazer. Elas também são usadas no dia a dia, como uma alternativa para os carros e motos. Para uma pessoa que trabalha a 10 ou 15 quadras de casa, por exemplo, elas são perfeitas. Afinal, a pessoa não vai à pé, mas também não precisa encarar os ônibus lotados ou o trânsito caótico até o local de trabalho.
Segundo a Guarda Municipal do Rio, não há lei específica para a bicicleta elétrica. Por isso, está sujeita às mesmas regras que as comuns. Pode transitar pelas ciclovias, mas não nas vias interditadas para lazer nos fins de semana. E não paga IPVA.
A História
As bicicletas elétricas começaram a ser comercializadas no início da década e logo ganharam o mercado no exterior. Em países como a França, os Estados Unidos e a China elas são muito utilizadas. Na China, por exemplo, existem mais de 100 milhões delas. Nos Estados Unidos apenas no ano passado foram vendidas 150 mil bikes. E os números não param de crescer.
Segundo Rodrigo Carvalho Affonso (proprietário da GoLev), a história da empresa teve início na China. “Meu irmão, que é meu sócio, morou na China por dois anos. Lá, a maioria das pessoas se locomovem por bicicleta elétrica e ele acabou comprando uma para ele. Ao usar, diariamente, percebeu que era um transporte fantástico em virtude da questão ambiental e dos baixos custos. Então, em uma conversa, tivemos a idéia de trazer as e-bikes para o Brasil”, contou.
Os irmãos começaram então a produzir as bicicletas elétricas na própria China, já que os custos para a produção lá são bem menores. “Nós criamos a marca e passamos a produzir. Mas não foi uma simples cópia dos modelos de lá. Tivemos que adaptar as bikes para o nosso mercado. Colocamos pneus mais largos e resistentes, criamos um design diferenciado e optamos por cores mais alegres. Portanto, apenas a produção é da China, o desenvolvimento e o design é brasileiro”, destacou.