Após o presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, afirmar, que considera tirar a fabricante de veículos elétricos da Bolsa os papéis da empresa dispararam. As ações valorizaram 11% e fecharam ao preço de US$ 379,57.
“Estou pensando em fechar o capital da Tesla em US$ 420 [R$ 1.570,38]. Financiamento garantido”, escreveu Musk em sua conta no Twitter às 13h48 (horário de Brasília). Como esperado, as ações saltaram, logo após a declaração de Musk, de US$ 356,53 (R$ 1.338,41) para US$ 371,15 (R$ 1.393,3).
Como os papéis chegaram a subir muito com a afirmação, as negociações foram suspensas temporariamente na bolsa americana às 14h08. Na máxima do dia, as ações chegaram a avançar 13,3%, a US$ 387,46.
As ações da Tesla voltaram a ser negociadas pouco antes das 16h (horário local) e fecharam ao preço de US$ 379,57 ao fim do pregão desta terça. No ano, as ações da Tesla acumulam alta de 21,91%. Em valor de mercado, a Tesla vale US$ 58,07 bilhões.
Desde o IPO (oferta inicial de ações), em junho de 2010, os papéis da companhia se valorizaram 2.020,98% – no mesmo período, o Nasdaq ganhou 225,15%.
Musk, que detém 20% da Tesla, é o 31º homem mais rico do mundo, de acordo com a Bloomberg, com uma fortuna estimada em US$ 24,4 bilhões (R$ 97,5 bilhões).
Segundo jornal britânico “Financial Times”, o fundo soberano da Arábia Saudita, supervisionado pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, adquiriu uma participação na Tesla não revelada entre 3% a 5%.
Além do tuíte que causou esse movimento de alta dos papéis da Tesla, Musk também fez, hoje, um comentário no blog da empresa explicando suas declarações no Twitter.
“Basicamente, estou tentando chegar a um resultado onde a Tesla consiga operar da melhor forma, livre de distrações, de pensamentos de curto prazo e onde haja uma pequena mudança para todos os investidores, incluindo todos os funcionários”, afirmou o executivo.
Em comunicado separado aos seus funcionários, Musk disse que uma decisão final sobre o fechamento do capital da companhia ainda não foi tomada.
Segundo ele, se for o caso, os acionistas da fabricante de carros elétricos poderão continuar na companhia ou vender suas ações por US$ 420 por papel, e que não há a intenção de realizar uma fusão com sua outra empresa, a SpaceX, de viagens espaciais. “Elas continuarão sendo duas companhias separadas.”
O bilionário disse também que, assim que a Tesla atingir padrões mais previsíveis de crescimento, fará sentido voltar ao mercado.
Polêmicas são a tônica da vida de Musk. O executivo ocupou as manchetes nos últimos meses em três episódios diferentes. Em junho, anunciou que a montadora de carros elétricos Tesla fora sabotada por um de seus funcionários, provocando prejuízos milionários. O suspeito, segundo Musk, alterou o código de programação do sistema de produção e enviou informações sigilosas da empresa para terceiros.
No começo de julho, se ofereceu para ajudar no resgate dos garotos presos em uma caverna na Tailândia. Entre as ideias estava a de cavar um túnel (uma de suas empresas é especializada nisso) ou usar um minissubmarino construído pela SpaceX, sua empresa espacial.
Descartada, a proposta desembocou em um bate-boca pelas redes sociais com um dos mergulhadores que participou do salvamento.
Dias depois, em meio à guerra comercial entre China e Estados Unidos, o executivo anunciou um acordo com o governo chinês para construir em Xangai a primeira fábrica da Tesla fora do território americano. Se for adiante, a montadora deve começar a produzir daqui a três anos, mas dados financeiros não foram revelados, deixando analistas céticos sobre a empreitada.