Imagine: você tenta entrar no Facebook em um computador novo. Após inserir sua senha, o site diz que irá enviar uma mensagem de celular com um código, para se certificar de que você é você. Mas em vez de procurar pelo seu smartphone, você simplesmente acena com a mão, e consegue magicamente entrar na rede social. Isso já é realidade.
Essa interação é possível por meio de um anel, desenvolvido pela startup Motiv. O dispositivo foi criado inicialmente para rastrear sinais vitais durante atividades físicas, mas agora pode ser usado também para autenticação na internet.
Atualmente, diz uma matéria da Fast Company, o anel só pode ser usado para autenticação de dois fatores (quando o usuário tenta fazer login mas o site pede uma verificação). A empresa, no entanto, diz que pretende um dia substituir inteiramente as senhas. “Na área da segurança, o anel pode se tornar sua conexão entre o mundo físico e a sua presença digital”, afirma o CEO da Motiv, Tejash Unadkat.
As novas ferramentas se segurança da Motiv se integram a um protocolo chamado WebAuthn, um conjunto de regras para dispositivos conectados, websites e navegadores para o uso da autenticação biométrica. Esse protocolo foi criado pela mesma organização que estabeleceu o padrão da autenticação de dois fatores. Firefox, Google Chrome e Microsoft Edge já assinaram um termo em que se comprometem a usar as regras. O anel da Motiv foi o primeiro a ser certificado nesse protocolo – e se esse padrão for amplamente adotado, os usuários poderão usar o anel para entrar em mais sites.
Mas um futuro completamente sem senhas ainda pode estar longe. Atualmente, especialistas concordam que a autenticação de dois fatores é a melhor forma de manter contas digitais seguras. Até agora, o anel é compatível com poucos, mas importantes, sites, como Google, Facebook, Twitter, Amazon, Dropbox e Salesforce.
Mas como garantir que quem está usando o anel é realmente o dono do dispositivo? Para isso, a Movit usa a “identificação de caminhada”, em que mede o seu ritmo e forma de andar – já há pesquisas que mostram que essa variável pode ser usada com precisão para identificar uma pessoa. Para configurar o anel pela primeira vez, o usuário precisa caminhar por alguns minutos. Então, toda vez que a pessoa tira e coloca o anel no dedo, o dispositivo pede que caminhe um pouco para se certificar de que você é você mesmo.