Uma nova tecnologia que chega ao mercado em 2018 promete diminuir fatalidades em casos de incêndio ao substituir o ser humano por um robô.
O “Unidroid” começou a ser desenvolvido por um engenheiro elétrico chamado José Carlos de Castro Júnior há seis anos, quando ele presenciou um acidente de trânsito em São Paulo. Na ocasião, o carro se incendiou na pista, sem deixar vítimas.
Quando os bombeiros se aproximaram, com o fogo já aparentemente controlado, o veículo explodiu, ferindo um deles.
“Não sei o que ocorreu, mas eu vi que ele se feriu com a explosão. Foi aí que eu tive a ideia de criar uma máquina que pudesse ir até lá se certificar de que não houvesse mais perigo de explosão”, conta Castro Júnior. O robô é adaptado para aguentar o ambiente de um incêndio e suportar temperaturas de até 600°C, com capacidade de dispersar 8 mil litros de água por minuto. Guiado por um controle remoto bastante simples, o Unidroid pode ficar a até 600 metros de distância do operador.
“Não tem nenhum segredo, qualquer pessoa pode operar, não há necessidade de ser um combatente treinado”, explica o criador do robô. Castro Júnior o pensou para atuar em situações de incêndio onde haja risco iminente de dano à vida, como por explosões ou desabamentos. “Incêndios domésticos, em galpões, indústrias, florestais, aeroportos, mercados, depósitos, locais com tanques de combustível, refinarias”, cita alguns exemplos.
A ideia nasceu em 2012, mas o produto está sendo apresentado pela primeira vez na Fire Show 2018 – International Fire Fair, que acontece de 3 a 5 de outubro, no São Paulo Expo, centro de exposições situado na zona sul da capital paulista. O evento é organizado pela Cipa Fiera Milano e pela Associação Brasileira das Indústrias de Equipamentos contra Incêndio e Cilindros de Alta Pressão (Abiex) e foi inaugurado nesta quarta-feira (3), na presença do cônsul italiano na cidade, Filippo La Rosa.
O protótipo levado para a Fire Show ficou pronto em janeiro, mas chegou a ser testado para valer um mês antes, no incêndio em um galpão da rede Pão de Açúcar na Grande São Paulo. “Não estava 100% pronto, mas fomos convocados às pressas. Levamos a máquina e participamos do combate ao incêndio”, acrescenta Costa Júnior.
Segundo ele, os bombeiros militares já demonstraram interesse pelo equipamento. “Mas o maior interesse é das indústrias particulares, como aeroportos privados, grandes indústrias que armazenam combustíveis ou que têm grandes galpões”, diz o engenheiro.