Parece coisa de ficção científica. Mas já é uma realidade. Cidades completamente novas começaram a emergir na África e na Ásia em locais antes inabitados. A Arábia Saudita, por exemplo, tem o audacioso plano de construir uma megacidade 33 vezes maior que Nova York e quer torná-la referência global em inovação. Mas é possível que cidades como esta sejam as potências econômicas mundiais do futuro?
Megaprojetos como o da Arábia Saudita parecem ditar uma tendência ao resto do mundo. Malásia, China, Sri Lanka, Nigéria, Quênia e Omã também visam construir cidades do zero. Até 2050, as cidades ganharão mais 2,5 bilhões de habitantes. Cerca de 90% desse crescimento estará concentrado na Ásia e na África. Atender às demandas dessa população será um grande desafio.
Só na América do Norte, mais de 81% da população moram em áreas urbanas. A América Latina e Caribe praticamente igualam os EUA com 80% de urbanização, sendo a Europa a terceira colocada, com 74%. Na Ásia (49%) e na África (41%), o fenômeno da urbanização cresce rapidamente.
Conheça alguns empreendimentos impressionantes.
Forest City, Malásia
Projetada para abrigar 700 mil pessoas, a Forest City, da Malásia, terá 14 quilômetros quadrados, quatro vezes maior que o Central Park de Nova York. O empreendimento fica em terras recuperadas do mar e não terá carros. Arranha-céus cobertos de plantas buscam reduzir o ruído e a poluição do ar.
A obra tem conclusão prevista para 2035 e poderá gerar 220 mil empregos.
Forest City, China
Projetado pelo arquiteto italiano Stefano Boeri Architetti, o novo desenvolvimento verde perto de Liuzhou abrigará 30 mil pessoas e terá espaços comerciais e recreativos. Assim como o da Malásia, a cidade chinesa terá edifícios cobertos de plantas. Busca combater a poluição do ar por meio da absorção de CO2 (cerca de 10.000 toneladas por ano) e produção de oxigênio (900 toneladas por ano).
Belmont, EUA
Bill Gates, fundador da Microsoft e um dos homens mais ricos do mundo está criando uma cidade inteligente no deserto do Arizona. Belmont terá 101.200m² de terra e será projetado e construído com tecnologia em seu núcleo.
Os desenvolvedores, Belmont Brothers, afirmam que a cidade se concentrará na qualidade de vida e na conectividade à internet. São esperados 182 mil habitantes e a presença de carros autônomos, semáforos in inteligentes que visam minimizar o congestionamento.
Songdo, Coreia do Sul
O Distrito Empresarial Internacional (IBD) da cidade de Songdo, na Coréia do Sul, foi projetado para maximizar o transporte público e substituir os carros. O plano é que a maioria dos escritórios, escolas e edifícios não residenciais estejam próximos a prédios de apartamentos, para estimular o deslocamento a pé.
Cerca de 40% da área é dedicada ao espaço verde. Associado à redução de tráfego e estímulo ao transporte público, a cidade deve reduzir significativamente a emissão de gases do efeito estufa. O lixo será sugado por tubos e calhas em edifícios residenciais, para depois gerar energia.
Cidade portuária de Colombo, Sri Lanka
A Cidade do Porto de Colombo será construída em terras recuperadas e estende artificialmente a costa do Sri Lanka em mais de 200 hectares no Oceano Índico, na rota de navegação mais movimentada do mundo. Ela está estrategicamente posicionada para se tornar um dos mais importantes centros de investimentos independentes. O empreendimento poderia redefinir a posição econômica geopolítica do Sri Lanka no mundo.
Sino-Oman Industrial City, Omã
A cidade de US$ 10,7 bilhões está sendo construída no Mar da Arábia, em Omã. O empreendimento de 11 quilômetros quadrados visa transformar um porto subutilizado cercado por areia voltado para o transporte, com casas, infraestrutura, e instalações para 25 mil moradores.
A operação portuária também abriga uma refinaria de petróleo e uma usina de produção de metanol, além de uma fábrica de equipamentos de petróleo e gás, uma fábrica de montagem de carros e uma operação de distribuição de suprimentos. O porto de Dugm prevê um tráfego de carga total que poderá chegar a 40 milhões de toneladas até 2022.