Quer ter lucro? Tenha funcionários felizes

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“O negócio do seu negócio são as pessoas. Cuide delas e elas cuidarão do seu negócio”, começou Hugo Bethlem, diretor geral do Instituto Capitalismo Consciente Brasil em evento promovido hoje (05/09) para discutir um modelos de negócios consciente em empresas.

Segundo Bethlem, o capitalismo consciente vem para disseminar uma ideia de que é possível aliar lucrar e um ambiente empresarial onde as condições de trabalho e os valores que a empresa prega são importantes e respeitados. “É uma jornada e o propósito de uma empresa não pode ser somente a sobrevivência. Se ficar só nisso, a empresa não vai ter longevidade”, disse.

No mundo dos negócios, uma empresa consciente, segundo Bethlem, está estruturada em quatro pilares principais. Veja quais são a seguir.

1. Propósito
Toda e qualquer empresa precisa saber por que ela existe. Precisa de um propósito bem fundamentado, saber quais são os seus valores e a diferença que ela pode fazer no mundo. Mas para realizar isso, é necessário uma estratégia eficaz e assertiva que tire o propósito do papel e o torne uma prática diária na corporação. “É fundamental que a minha estratégia abrace o meu propósito, que é justamente o como fazemos dinheiro”, diz Bethlem.

2. Liderança
Toda empresa precisa de uma liderança que se envolva não somente com as questões práticas e burocráticas, mas também nas relações e no ambiente corporativo. “A diferença é que quando você está nessa ascensão, você precisa cuidar de si mesmo e adquirir autoconhecimento. Mas a partir do momento que você se tornar um líder, você tem que cuidar dos outros”, enfatiza Bethlem.

3. Stakeholders
Os stakeholders são todas as pessoas que fazem parte do processo da empresa. “Acreditamos que o cliente é o nosso principal investimento e que ele tem sempre razão. Não esqueçam que quem se relaciona com eles são os nosso colaboradores”, diz Bethlem. Fazer com que um colaborador seja feliz e comprometido dentro do ambiente corporativo ajuda a criar uma relação empresarial melhor.

“Não dá pra eu dizer para você atender bem o seu consumidor, se eu não estou cuidando de você como eu deveria.” O negócio precisa gerar valor na prática e não beneficiar somente pessoas que têm cargos altos. “Quando eu digo que um negócio é bom porque cria valor, quer dizer que esse valor é para todos os stakeholders e não só para um”, afirma.

4. Cultura e Valores
Seguindo essa lógica, se o colaborador está feliz, ele é mais produtivo e, consequentemente custa menos. O cliente é mais fiel, mais encantado. “Eu como consumidor, estou vivendo uma crise. Onde eu coloco o meu parco dinheirinho? Aonde eu não gosto ou aonde eu tenho uma certa relação emotiva?”, questiona Bethlem. Os valores também devem perpetuar uma companhia, sendo eles a integridade, ética, inteligência emocional (que inclui o autoconhecimento) e espiritual.

O conceito do capitalismo consciente tenta desmistificar essa ideia do “mais e mais” de que é preciso cada vez mais de dinheiro, mais trabalho, mais dedicação, mais tempo. “A gente tem limitações de recursos naturais e humanos. Não podemos exigir cada vez mais do meio ambiente e das pessoas e ir exaurindo tudo o que nós temos”, alerta Bethlem. Ele reitera que a empresa que trabalhar os quatro pilares citados acima, conseguem uma performance financeira melhor a longo prazo. “Ser capitalista consciente é querer ganhar dinheiro de uma forma diferente”.