Olá, eu sou Tanmay Bakshi, um apaixonado por inteligência artificial”. É assim, sem pestanejar, que se apresenta um dos jovens promissores do mundo da computação a plateias do mundo inteiro formadas por interessados em saber mais sobre a tecnologia.
No começo do ano, em sua primeira viagem ao Brasil a convite da IBM, o jovem de 14 anos tinha como tarefa explicar a empresários e entusiastas porque eles também deveriam ser apaixonados por inteligência artificial. Após 30 minutos testando o áudio, o tempo entre os dos slides e o posicionamento no palco, começou seu discurso: “Com inteligência artificial é possível fazer coisas que as pessoas nem imaginam. E só isso já é fantástico”, diz.
Seguro de si no palco, Tanmay parece um palestrante experiente. Também, pudera, o trabalho de evangelizar sobre a tecnologia faz parte do dia do adolescente. Ele divide o seu tempo entre aulas com mentores em casa, participação em grandes projetos de empresas de tecnologia como a IBM, palestras pelo mundo e gravação de vídeos para seu canal no YouTube.
O interesse dele pelo mundo dos computadores, porém, não é de hoje. Programador desde o cinco anos de idade, Tanmay diz que se interessou pela tecnologia vendo o pai, um engenheiro da computação, trabalhar. “Eu achava incrível o que um computador conseguia fazer”, diz. Dois anos depois, criou o seu primeiro aplicativo e aos nove lançou o primeiro app gratuito para usuários da Apple.
Foi aos 11 anos que ele chamou a atenção das gigantes de tecnologia. Ele conta que viu na internet vídeos de computadores dotados de inteligência artificial e ficou fascinado. Isso fez com que Tanmay começasse a testar aplicações para a tecnologia, criando vários projetos diferentes. A partir de então, começou a gravar e compartilhar vídeos em seu canal no YouTube explicando sobre a tecnologia, em uma tentativa de incentivar outros programadores a adotarem inteligência artificial em suas vidas.
Atualmente ele trabalha em cinco projetos em parceria com diferentes empresas. Acumula a função de ser responsável por dar ideias de aplicações tecnológicas que solucionem problemas diversos como limitações de comunicação causadas por doenças cerebrais graves à formas de garantir segurança em transações financeiras feitas na internet.
Impossível de conciliar? Ele não acha. Inspirado em grandes lendas da tecnologia mundial, Tanmay faz o tipo de quanto mais difícil melhor. “Eu adoro Elon Musk e Steve Jobs justamente pela capacidade deles de ter uma ideia considerada absurda, seguirem com o projeto até o final e criar algo realmente inovador”.
Mesmo com a agenda atribulada, o jovem garante que tem uma vida normal. Evita falar sobre tecnologia quando conversa com seus amigos da vizinhança que diz que “não são muito interessados nisso”, lê livros, escuta música e vive o que ele chama de “uma vida como qualquer um outro” adolescente do Canadá.
Experiência. O jovem já perdeu as contas de quantos países já passou, mas garante que ao fim dos exemplos de aplicações de inteligência artificial, é certo que alguém da plateia levante a mão e o questione se ele pretende pular os últimos anos de Ensino Médio e ir direto a faculdade. Tanmay tem a resposta na ponta da língua: “Eu quero ir a uma universidade, mas ainda não decidi. Mas ainda tenho alguns anos de escola para escolher. Não vou apressar as coisas”, desconversa.
Longe das câmeras, com uma voz mais tímida e munido de um achocolatado na mão, o jovem diz ao Estado que não se importa e nem se sente pressionado quando o chamam de gênio. “Sinceramente? Acho isso tudo muito engraçado”, diz entre um gole e outro, “Eu amo programar e fico curioso para testar novas tecnologias. É apenas isso… É sério”.
Por Mariana Lima