Imagine uma mesa inteligente que ajusta a iluminação e sonoridade do ambiente segundo o humor, ansiedade e estresse de quem está sentado à frente dela. Essa foi a ideia de pesquisadores do MIT Media Lab que desenvolveram um protótipo, baseado em estudos que analisam como o espaço afeta a produtividade das pessoas. O projeto é chamado de “Mediated Atmosphere” e, segundo a pesquisadora Nan Zhao, é fruto de uma combinação de “tecnologia, psicologia e design”. A ideia é ajudar as pessoas a criarem uma “atmosfera” que as auxilie a trabalhar com mais foco, satisfação e conforto.
A mesa inteligente coleta mais de 30 sinais biológicos da pessoa que a utiliza – incluindo frequência cardíaca, expressões faciais e postura. A partir dos dados extraídos em tempo real é criada uma “nova atmosfera”, com ajuste de luz, projeção de imagens e sons. É como se o ambiente de trabalho se adaptasse – de forma personalizada – ao humor e sentimento do funcionário.
É como também se as pessoas pudessem ora trabalhar com uma vista de uma floresta, ora se sentindo dentro uma biblioteca. “As pessoas precisam de um lugar que seja fascinante, que lhes dê uma sensação de estar longe. No entanto, este lugar é diferente para cada um. Com nossa abordagem, queremos criar uma experiência personalizada”, disse Nan Zhao, por meio de nota.
A pesquisadora afirmou que a ideia é oferecer ainda opções extremamente personalizadas pelo usuário. Por exemplo: a pessoa poderia enviar fotos de seus locais favoritos e a mesa projetaria aquela imagem em determinado momento. Os pesquisadores também trabalham em novas modalidades sensoriais, como controle térmico individual, fluxo de ar e aroma.
A mesa foi desenvolvida com a ajuda de várias empresas. A iluminação, por exemplo, foi criada por uma especialista da Philips. Steelcase e International Flavours and Fragrances, empresa membro do Media Lab, também contribuíram no projeto.
Por enquanto, contudo, não passa de um protótipo. É preciso testar como as mesas desenvolvidas neste projeto funcionariam em um escritório movimentado e também em open office. Segundo o MIT Media Lab, os pesquisadores estão coletando dados em empresas e fazendo análises com machine learning para entender como poderiam superar dois desafios. O primeiro é abrigar essas mesas sem interferir no ambiente geral – e adaptar a tecnologia à diferentes formatos e espaços de escritórios. O segundo é conseguir desenvolver um sistema de sensores menos invasivo.
Além disso, a pesquisadora Nan Zhao também chama atenção para um aspecto importante que envolve o desenvolvimento da mesa inteligente. “A mesma tecnologia que pode criar uma experiência memorável, maravilhosa e estimulante também pode criar uma experiência irritante – algo próximo à experiência gerada por uma música de elevador, por exemplo.”