Que o inglês faz bastante diferença no currículo profissional das pessoas não há dúvidas. Estudo realizado por Cambridge English Language Assessment, departamento da Universidade de Cambridge responsável por avaliações de proficiência da língua inglesa e formação de professores, e pela QS Intelligence Unit, que atua com coleta de dados do mercado empregador e de educação, aponta que 95% dos empregadores de países não nativos do idioma o consideram importante e o reconhecem como a língua dos negócios.
No Brasil, esse é um aspecto que ainda precisa melhorar. Apenas 78% dos gestores da alta liderança têm o domínio necessário de inglês para ter sucesso em seus trabalhos. E, de acordo com a pesquisa, para as empresas que operam no País, a habilidade mais valorizada é a expressão oral (com 43,5% dos entrevistados), seguido de perto pela leitura (com 35%).
Para afiar o idioma e ficar na mira dos recrutadores, Alberto Costa, senior assessment manager de Cambridge English no Brasil e Vinícius Nobre, gerente acadêmico da Cultura Inglesa, listam cinco conselhos:
1. Ouça e leie simultaneamente
Para uma boa pronúncia e segurança na conversação é necessário que primeiro aconteça a identificação e associação da palavra escrita com sua pronúncia e entonação quando combinada em uma frase. Nesse sentido, uma dica é, por exemplo, ler a letra de uma música enquanto a canta. E, para que o desenvolvimento esteja relacionado à atividade profissional, uma opção é procurar por livros bilíngues que vêm acompanhados de arquivos de áudio e são ótimas fontes de vocabulário.
Algumas editoras os categorizam por nível de dificuldade, entre básico, intermediário e avançado. A partir dessas experiências, dê origem a outras, como anotar sentenças para repetir depois ou gravar vídeos e áudios com uma análise sobre a leitura realizada para que seja escutado depois e usado para identificar os possíveis pontos de melhoria.
2. Busque o contato frequente com o idioma
O bom desempenho da habilidade está diretamente ligado à familiaridade com a língua. E isso só é possível conquistar quando ela passa a fazer parte do cotidiano, em atividades comuns do dia-a-dia, sem que isso seja percebido como um momento único de imersão. Ou seja, mais do que usar as horas semanais dedicadas às aulas de inglês, é preciso adotar algumas posturas que permitam o contato freqüente com o idioma. Por exemplo, expresse em voz alta suas opiniões sobre temas que fazem parte do mercado em que atua, simule possíveis conversas que você precisará ter no ambiente de trabalho, fale sua rotina diária em inglês. Atos como esses permitem descobrir as deficiências (de vocabulário ou de pronúncia) que precisam ser vencidas e gradativamente o processo de falar em inglês torna-se mais natural e menos tímido.
3. Concentre-se no todo e não no sotaque
Um fator que comumente faz com que os brasileiros tenham receio de se expressar oralmente é a autocrítica de que para falar o idioma é dever dominar o sotaque e a fluência de um nativo. Isso não é verdade. O sotaque e os trejeitos da língua materna não podem ser encarados como algo negativo. Eles são apenas uma particularidade de cada nação.
A eficiência do diálogo está em dominar o vocabulário, a gramática e o raciocínio lógico em torno daquela ação. Ou seja, não é um problema que a fala seja um pouco mais lenta quando comparada com alguém que nasceu em um país em que o idioma é o oficial, mas é essencial saber diferenciar o som do “i” mais curto e mais longo (como em live e leave), por exemplo. Para isso, o conselho é a prática.
4. Grave sua prática
Para garantir maior segurança na hora de se comunicar oralmente, é importante criar um repertório que possa ser acionado com prontidão. Para isso, gravar o que você falaria em interações que estão próximas à sua realidade pode ser uma excelente maneira de se apropriar de termos e estruturas específicas, aumentando a naturalidade e a fluência. Ao ouvir sua participação, você pode identificar maneiras de aprimorar seu discurso e traçar comparativos. Além disso, essa prática exige apenas um recurso de gravação de voz, presente em muitos telefones.
5. Valorize os aspectos paralinguísticos
A comunicação verbal é normalmente acompanhada de aspectos não-verbais que têm um papel muito importante na maneira como a mensagem é transmitida. Ter consciência do tom de voz, ritmo da fala e até mesmo volume utilizado pode contribuir para uma interação mais eficiente e natural. Além disso, regras culturais podem influenciar a maneira como usamos o nosso corpo e expressões faciais em conversas formais e informais. Observe como falantes proficientes do idioma interagem e como a mensagem pode ir muito além do significado literal das palavras.
Fonte: IDGNow!