Na última segunda-feira (28), a escritora Clara Averbuck denunciou um caso de estupro envolvendo um motorista do Uber. Em relato publicado em seu perfil no Facebook, Clara contou que o motorista se aproveitou de sua embriaguez para molestá-la.
Para ampliar o debate e chamar a atenção para esses casos, a escritora lançou uma campanha na Internet para que outras mulheres compartilhem relatos de assédio ou estupro que já sofreram em táxis ou carros de aplicativos de carona. A ideia é mostrar que essas situações são mais comuns do que se imagina.
“Você tem uma história de abuso ou assédio no uber, táxi, cabify, qualquer um desses serviços? Não tenha medo e nem vergonha. A culpa não é sua”, escreveu na publicação que fez sobre a campanha.
Como alternativa e uma forma de resposta ao crescente assédio nesses serviços, startups brasileiras lançaram aplicativos dedicados, exclusivamente, a transportar mulheres. O principal diferencial? Aqui, a mulher também assume o volante.
Na lista abaixo, separamos os aplicativos que se mostram como uma alternativa mais segura e confortável para mulheres, sejam elas motoristas ou passageiras.
FemiTaxi
O aplicativo registrou crescimento de 45% nas chamadas em São Paulo durante o mês de abril em comparação com março. Lançado em dezembro do ano passado com versões para iOS e Android, a ferramenta já possui cerca de 250 motoristas e 10 mil usuárias na capital paulista.
Segundo a empresa, que também opera em BH e pretende chegar ao RJ até o fim de maio, a cobertura de diversos casos de assédio na imprensa teria contribuído para esse aumento de chamadas em abril.
Além da exclusividade para mulheres passageiras e motoristas, o FemiTaxi lançou em fevereiro um recurso que permite aos pais acompanharem as viagens dos filhos desacompanhados por vídeo.
LadyDriver
Lançado em julho deste ano, o aplicativo foi criado após a CEO Gabriela Correa ter sido vítima de assédio por um taxista. Por enquanto, a ferramenta se encontra disponível apenas em São Paulo, capital, e Guarulhos e conta com 8 mil motoristas cadastradas. A previsão é expandir o serviço para o Rio de Janeiro em breve.
Taxi Rosa
Disponível apenas no Rio de Janeiro, o Táxi Rosa é compatível com os sistemas iOS e Android. Para diferenciar os táxis “rosas” daqueles dirigidos por homens, um adesivo rosa na parte traseira dos carros identifica que aqueles têm taxistas mulheres atrás do volante.
Nüshu
O novo serviço está em fase de cadastro de motoristas e, inicialmente, vai operar apenas na capital paulista. Da mesma forma como os seus pares, o Nüshu só aceitará mulheres como motoristas e passageiras. Em sua descrição, o app diz que também podem ser transportados como passageiros meninos de até 12 anos de idade.
Iara Pedro, desenvolvedora do app, diz que a ideia de criar a plataforma surgiu por conta do número cada vez maior de denúncias de assédio e estupro contra mulheres em outros serviços do mercado.
Segundo a empresa, Nüshu é uma palavra chinesa que significa “escrita de mulher” e faz referência a uma forma de caligrafia criada por mulheres no país asiático.
99Taxi
Em outubro de 2016, o aplicativo de táxi lançou um serviço que permite que as suas passageiras escolham ser atendidas por uma motorista mulher. A decisão foi tomada após uma pesquisa da companhia, segundo a qual “60% de um total de 36 mil passageiras ouvidas relataram que gostariam de ter esse tipo de serviço específico para mulheres, pois se sentiriam mais confortáveis e seguras durante a viagem”.
Chamado de “99 Motorista Mulher”, o recurso está disponível nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro para as viagens feitas de táxi.
Fonte: IDGNow!