Atualmente existe cerca de 39 empresas operando no Vale do Silício que foram fundadas por brasileiros em sua são empresas focadas a em tecnologia.
A pergunta que não quer calar é, Qual seria o perfil do empreendedor brasileiro no Vale do Silício?
A palavra chave seria “Diversidade”, característica importante que fez com que o Vale do Silício se tornasse o centro empreendedor que é. Um estudo recente feito pela Fundação Nacional para Política, dos EUA, mostra que mais da metade das startups têm pelo menos um fundador que é imigrante. O governo americano estima que 426 mil cidadãos brasileiros vivem nos Estados Unidos, e que a taxa de participação dos brasileiros na força de trabalho é a mais elevada entre os grupos de imigrantes. São também o grupo com maior índice educacional – em 2014, 38% dos imigrantes brasileiros de 25 anos ou mais tinham ensino superior completo.
De acordo com o estudo, a maioria deles são homens e têm entre 40 e 49 anos. Do total, 28% são mulheres. Angelica Cunha, fundadora da Zavely, que ajuda estudantes e suas famílias a aumentar a renda e investir para pagar a faculdade, afirma que estar na região ajuda os negócios. “O Vale do Silício é o lugar ideal para lançar uma startup por causa dos recursos disponíveis, como investimentos e conselheiros experientes, e do ambiente competitivo que precisamos superar para alcançar o sucesso”, diz ela.
A maior parte das empresas criadas por eles estão ainda nos estágios iniciais, mas algumas já avançaram mais. É o caso da Brex, empresa de cartão de crédito corporativo para startups lançada em junho passado em São Francisco, que conseguiu US$ 57 milhões de investidores como os fundadores do PayPal, Peter Thiel e Max Levchin. É o quarto empreendimento de Henrique Dubugras e o segundo de Pedro Francheschi, fundadores da Brex. “O Vale do Silício é muito competitivo, e quem tiver planos para se mudar e começar uma companhia aqui precisa estar bem preparado. Nossa experiência anterior como empreendedores no Brasil está nos ajudando a cometer menos erros”, diz Dubugras.
Nos últimos anos, a BayBrazil notou uma pequena onda de empreendedores brasileiros se mudando para a região com o objetivo de expandir empresas que já foram fundadas no Brasil ou para lançar novos empreendimentos.
A primeira startup brasileira a fazer esse movimento foi a Movile, que iniciou suas operações em Sunnyvale em 2012. A empresa levantou US$ 375 milhões em investimentos internacionais. Hoje, a Movile tem 15 escritórios em sete países diferentes. À Margarise Correa, fundadora da BayBrazil, o cofundador da empresa, Eduardo Lins Henrique, afirmou: “No Vale do Silício, aprendemos a pensar globalmente. Brasileiros costumam ter a ‘síndrome de vira-lata’, o que significa valorizar o que vem de fora e não ver o potencial no nosso país. Na Movile, nosso objetivo é ser líder global nos verticais em que operamos. Aprendemos essa mentalidade no Vale do Silício”.
Outros empreendedores aprenderam a mesma mentalidade em suas passagens pela região. “Estamos aqui para construir uma ótima empresa e competir com os melhores players do mundo”, diz Carolina Reis Oliveira, fundadora da OneSkin, empresa que desenvolveu uma tecnologia que imita tecidos do corpo humano para entender o processo de envelhecimento.
A presença brasileira no Vale do Silício aumentou nos últimos três anos, em meio à recessão pela qual passa o Brasil. “Um número crescente de pessoas que conheço está considerando sair, especialmente com destino aos Estados Unidos. Alguns desses empreendedores têm uma ‘fadiga com o Brasil’, após vários ciclos de problemas econômicos e políticos, assim como uma preocupação geral com a segurança. Há também um aumento do número de estudantes brasileiros aqui, o que tem contribuído para a comunidade de brasileiros alcançar uma massa crítica”, afirma Vicente Silveira, presidente do conselho da BayBrazil.